A Secretaria de Educação do Estado do Pará (Seduc), nomeou, nesta terça-feira (19), diretores interino para oito Unidades Regionais de Educação (UREs). Cristiano Gomes Lopes, por exemplo, dirigirá a 4ª URE (Marabá). Já a 21ª URE (Parauapebas), será dirigida por Carlos Eduardo Sousa do Nascimento. Mas, nenhum dos novos diretores deve se apegar muito ao cargo. É possível que todos sejam trocados já no próximo mês.
A Seduc confirmou ao site que os nomes divulgados hoje visam apenas ocupar cargos que estavam vagos por exoneração, pedido de dispensa da função ou licença médica.
O órgão garante que continua sendo realizado o processo seletivo proposto pelo governo no início do ano, visando avaliar tecnicamente os pretendentes aos cargos de diretores das UREs em todo o Estado.
Segundo a Secretaria de Educação, neste momento estão sendo avaliados os planos de gestão das UREs, propostos pelos diversos candidatos.
A partir da conclusão do processo de avaliação, os diretores interinos recém-nomeados podem até ser mantidos nos cargos, mas não há qualquer garantia da direção da Seduc que isso acontecerá.
A Seduc não estabelece prazo para a conclusão do processo de seleção, mas o site ouviu pelo menos dois técnicos com experiência no assunto e que conhecem a burocracia. Segundo eles, considerando a quantidade de cargos a preencher, o número de candidatos e sendo verdade que o processo está no estágio de avaliação dos planos de gestão, a conclusão deverá acontecer no final do mês abril.
Os Indicados
Ao todo, a Seduc nomeou diretores interinos para oito UREs. Além de Marabá e Parauapebas, também foram indicados interinos para as UREs de Cametá, Óbidos, Capanema, Santa Izabel, Castanhal e Breves.
Para Marabá foi designado interinamente, o professor de História e ex-diretor da Escola Sede de São João do Araguaia, Cristiano Gomes Lopes. Ele é Mestre em Ensino de História (PROFHISTÓRIA) pela Universidade Federal do Tocantins (UFT), Especialista em Metodologia do Ensino de História e Geografia pela Faculdade Internacional de Curitiba (FACINTER) e Especialista em Gestão Escolar pela Universidade Federal do Pará (UFPA).
Segundo foi possível apurar, Cristiano Lopes já esteve ligado ao Partido dos Trabalhadores (PT), através de uma das tendências mais moderadas. Como tem atuação em um dos menores municípios da região, é pouco conhecido entre os professores, mas é respeitado e tem conhecimento considerados sólidos em gestão escolar.
Em Parauapebas, Carlos Eduardo de Sousa do Nascimento ocupa de forma interina a direção da 21ª URE. Carlos Eduardo é professor e engenheiro civil. Exerceu, até esta data, o cargo de vice-diretor da Escola Estadual Eduardo Angelim e foi diretor administrativo da Secretaria Municipal de Educação (Semed), em Parauapebas, nos dois últimos anos de gestão de Valmir da Integral.
Sob Pressão
Pelo menos até abril, quando o processo de seleção acabar e todos os demais diretores das UREs forem nomeados, Lopes, Nascimento e os demais interinos, ficarão sob intensa pressão. Sendo verdade que são "interinos", qual a autonomia que terão para elaborar e implementar um plano de gestão capaz de atender às necessidades da educação do Pará, um dos piores estados do Brasil neste setor?
Até mesmo para fazer coisas comezinhas como lotação e distribuição de carga horária para professores terão pouca margem de manobra.
Por outro lado, se efetivamente o processo seletivo segue até abril e outros nomes podem ocupar esses cargos preenchidos hoje, por que não aguardar até a conclusão da seleção para efetivar aqueles que preencherem melhor os critérios estabelecidos? Os interinos terão a tarefa apenas de gerir burocraticamente as UREs?
Se esses nomeados hoje serão efetivados, quais os critérios para escolhê-los?
Ao que parece a Seduc não dimensionou bem, sob os aspectos administrativo e político, a proposta de fazer esse tal processo de seleção.
A demora em definir os nomes e apresentar os respectivos planos e metas para as diversas UREs, enche de incertezas um cenário que já é trágico e permite a especulação se estamos diante de uma mera ação de marketing por parte do Governo do Estado, como dizem os opositores, entre eles o Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sintepp).
Este site abordou, com algum detalhamento, a estratégia definida pela Seduc (clique no link para ler o artigo) para preenchimento desses cargos. Em tese, o esforço é louvável. Ocorre que a cada dia transcorrido sem definição, aumenta a pressão exercida por políticos para nomear seus apadrinhados e perde-se tempo valioso que deveria estar sendo usado para descobrir uma fórmula de ensinar, com a mínima qualidade, centenas de milhares de alunos do ensino médio do Pará.
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