6 de abril de 2019

PONTE DESTRUÍDA: Balsa colide e destrói ponte na Alça Viária. Reconstrução custará R$ 100 milhões e levará um ano para ser concluída. Veja entrevista de Helder sobre o caso!



Por volta da 1 hora da manhã deste sábado (6), uma balsa colidiu contra os pilares de sustentação do vão central de uma das pontes sobre o rio Moju, na Alça Viária, complexo rodoviário que interliga o sul-sudeste do Pará à capital, Belém. Cerca de 200 metros do vão central da ponte ruiu. Inicialmente, os prejuízos podem alcançar mais de R$ 100 milhões e as obras de reconstrução devem durar, aproximadamente, um ano. O tráfego está interrompido no local e o acesso à Belém, pela PA-150, foi desviado para o porto do Arapari, no Moju.

Veja, ao final do artigo, a íntegra de entrevista coletiva do governador Helder Barbalho, concedida hoje, por volta do meio-dia.



Segundo uma testemunha, no momento do acidente, em função do nível elevado do rio, a tribulação acabou errando a manobra e não conseguiu alinhar a balsa em relação ao corredor central que garante o acesso seguro das embarcações. Ao perceber o risco, os náuticos resolveram reverter a força dos motores, mas teria havido uma pane que acabou paralisando os motores. A balsa, à deriva, acabou colidindo contra os pilares e a ponte veio a baixo.

A Defesa Civil e a Capitania dos Portos foram imediatamente acionadas e se deslocaram para a região. Ainda segundo a testemunha, dois veículos de passeio teriam caído nas águas durante o desastre. Ainda não há informações oficiais sobre se isso realmente aconteceu e se houve vítimas. Embarcações equipadas com sonares e mergulhadores do Corpo de Bombeiros fazem buscas no local.

 

Primeiras Providências 


O governador Helder Barbalho esteve pessoalmente no local e já determinou algumas medidas visando reduzir os danos causados pelo desastre.

Para garantir o fluxo de veículos que chegam à cidade Moju com destino a Belém, Helder acordou com as empresas que fazem o transbordo no porto do Arapari, no sentido de ampliar de três para oito balsas. O transbordo, que era feito através de horários fixos, agora será decorrente da demanda. As balsas partirão assim que tiverem sua capacidade preenchida.

Helder acertou que três portos, em Belém, receberão os veículos que vêm e vão ao Arapari. Atualmente apenas um porto atende aos veículos de cargas e passageiros. A ideia é colocar em operação um quarto porto para embarque e desembarque em Belém.

O governo do Pará vai investir em obras que melhorem a infraestrutura de tráfego na avenida Bernardo Sayão, em Belém, via através da qual a maioria dos veículos, vindos do porto do Arapari, entram na capital. 



Sinalização Havia Sido Instalada


Apesar de serem sinalizadas, as passagens sob as pontes do Moju não tinham as chamadas defensas, que poderiam ter amortecido o impacto da balsa contra os pilares.

Helder lembrou que, em janeiro, logo que assumiu, determinou uma inspeção nas pontes da Alça Viária. Foram constatados apenas danos aparentes em função da falta de manutenção e da corrosão causada pelo tempo.

Porém, foi verificado que os trechos do rio, sob as pontes, não estavam sinalizados e Helder determinou que fosse feita a sinalização, capaz de orientar os náuticos em relação ao melhor local para navegar, o que foi feito.

Na inspeção de janeiro, foi verificado também, que as chamadas defensas, estruturas que protegem os pilares das pontes, não existiam. Helder, então, determinou que fosse licitada a obra. Segundo ele, a licitação ainda não foi concluída. 



Situação de Emergência


O governador informou que, considerando a importância da Alça Viária para o transporte de cargas e passageiros para a economia de todo o Pará, ainda hoje será decretada situação de emergência por parte do Governo do Estado, com isso será possível acelerar certas providências, entre elas a instalação das defensas nos pilares das demais pontes.

Além disso, Helder determinou a aceleração das obras da PA-252, que liga o Moju ao Acará e garante acesso à Alça Viária em um ponto além da ponte destruída. Na PA-252, está sendo construída uma outra ponte que, quando concluída, permitirá o tráfego de carros de passeio e ônibus.

No local da ponte destruída serão construídas duas rampas, em caráter emergencial, para que balsas façam o transbordo de veículos enquanto a ponte for reconstruída. O transbordo, nesse local, será gratuito, subsidiado pelo Governo do Pará. 


Emergência Nacional


O governador também esteve em contato com o ministro da Integração Regional, Canuto. Segundo Helder, o Governo Federal se prontificou a ajudar o Estado nas obras de reconstrução da ponte.

A equipe do governo do Pará finalizará o processo de decretação de situação de emergência estadual e, então, enviará todos os documentos necessários ao governo federal para que seja feito a inscrição do caso junto à Defesa Civil Nacional e a União possa destinar recursos ao Pará.

Contudo, Helder não cogita esperar pelo governo federal para iniciar as obras de reconstrução.

“A priori, estima-se que serão necessários cerca de R$ 100 milhões em investimentos com a reconstrução da ponte e com as medidas emergenciais que já estamos tomando. Vamos começar já a fazer nosso dever de casa e trabalhar para normalizar a situação, enquanto trabalhamos junto ao governo federal para que nos ajude neste momento”, disse Helder.


Investigação Já Começou


O governador determinou que fosse aberto inquérito por parte da Polícia Civil para apurar as responsabilidades sobre o desastre.

Segundo ele, além de esclarecer as causas do desastre, o inquérito poderá determinar as responsabilidades e ajudar o Estado a pleitear indenização daqueles que deram causa aos prejuízos.

A empresa responsável pela balsa se comprometeu a se apresentar ainda hoje para prestar esclarecimentos, trazendo consigo a tripulação que operava a embarcação.

Além da empresa proprietária da balsa e de sua tripulação, podem ser responsabilizados os responsáveis pela carga, que seria de óleo de dendê. Inclusive, uma equipe da Secretaria de Meio Ambiente do Pará já está no local avaliando o potencial de dano ambiental do desastre.

Segundo as primeiras informações, a balsa não estava autorizada a fazer esse tipo de transporte no rio Moju. Mas, tudo será apurado durante as investigações da Polícia Civil. 

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