1 de março de 2019
TRAGÉDIA EM MINAS GERAIS: Ministério Público recomenda afastamento imediato do presidente da Vale. Prisão não está descartada
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e a Polícia Federal (PF), recomendaram nesta sexta-feira (1º), o imediato afastamento do diretor-presidente da mineradora Vale, Fabio Schvarstman e de outros três diretores que integram a cúpula da companhia. O documento fixa prazo de 10 dias para o cumprimento da recomendação.
O MPMG investiga as causas da tragédia de Brumadinho (MG), quando uma barragem de contenção de rejeitos de minério de ferro se rompeu, na mina do Córrego do Feijão. Até agora, 188 corpos ou partes de corpos foram encontrados. Outras 122 pessoas seguem desaparecidas.
A recomendação do MP, entregue em mãos aos advogados da mineradora, diz ao Conselho de Administração da companhia que os executivos citados devem ser proibidos, imediatamente "do exercício de quaisquer funções ou atividades nas empresas integrantes do grupo Vale S/A, proibindo seu acesso a quaisquer de seus prédios ou instalações". A informação foi apurada pela repórter Júlia Schaib e divulgada pelo jornal Folha de São Paulo, na noite de hoje.
Além do diretor-presidente Fabio Schvartsman, são citados na recomendação Gerd Peter Poppinga, diretor-executivo de Ferrosos e Carvão; Lúcio Flávio Gallon Cavalli, diretor de Planejamento; Silmar Magalhães Silva, diretor de Operações do Corredor Sudeste, além de outros três gerentes e dois técnicos.
"A partir da data de entrega desta recomendação, seus destinatários são considerados como pessoalmente cientes da situação ora exposta e, nesses termos, passíveis de responsabilização por quaisquer eventos que lhe forem imputáveis", diz o documento.
Caso o conselho de Administração da companhia não afaste os diretores, o MPMG cogita pedir a prisão preventiva dos citados no documento. Essa medida seria tomada para evitar que os envolvidos combinassem versões entre si e adulterassem provas, prejudicando as investigações em curso.
Temendo a prisão, os diretores da Vale ingressaram no Superior Tribunal de Justiça (STJ), com pedido de habeas corpus preventivos, na terça-feira (26), depois que um dos gerentes da empresa, Alexandre Campanha, garantiu em depoimento que a cúpula da Vale tinha conhecimento que o nível de segurança da barragem de Brumadinho - e de outras que integram o chamado "corredor sudeste" - tinha nível de segurança inferior ao necessário.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário