12 de março de 2019

Polícia prende executores de Marielle. Mandantes ainda são desconhecidos



Um policial militar reformado e um ex-PM foram presos na madrugada desta terça-feira (12) acusados pelo assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes. O crime completa um ano na próxima quinta (14). O policial reformado Ronnie Lessa e o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz foram presos em operação realizada pela Polícia Civil em conjunto com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Segundo a Promotoria, Lessa foi o autor dos disparos que matou Marielle e Anderson. Já Queiroz, que foi expulso da PM, conduzia o carro usado no crime, de acordo com as investigações. Os dois foram denunciados pelo MP por duplo homicídio qualificado. 



No carro onde estavam Marielle e Anderson, também estava a assessora da parlamentar Fernanda Chaves, que não foi atingida pelos disparos. Os dois suspeitos também foram denunciados pelo MP por tentativa de homicídio contra ela.

Mesmo com a operação de hoje, este crime está longe de ser completamente desvendado. A expectativa é que, com a prisão da dupla de assassinos, seja possível chegar aos mandantes do crime, que até agora a polícia carioca foi incapaz de apontar.

Lessa foi preso em sua casa, no mesmo condomínio onde o presidente Jair Bolsonaro (PSL) tem uma casa, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Contra Lessa, o MP também pediu a suspensão da sua remuneração e do porte de arma de fogo do policial militar reformado.



A Promotoria também pede que se pague uma indenização por danos morais aos familiares das vítimas, além de que seja fixada uma pensão em favor do filho menor de Anderson até que ele complete 24 anos de idade. Atualmente, ele possui dois anos de idade.

Além das prisões, a operação cumpriu mandados de busca e apreensão nos endereços dos suspeitos. O objetivo é apreender documentos, telefones celulares, notebooks, computadores, armas, acessórios, munições e outros objetos.

"A empreitada criminosa foi meticulosamente planejada durante os três meses que antecederam o atentado", diz a Promotoria.

O MP diz que "é inconteste que Marielle foi sumariamente executada em razão da atuação política na defesa das causas que defendia". Para os promotores, o assassinato foi um golpe ao "Estado Democrático de Direito".

De acordo com as investigações, Lessa fez pesquisas regulares na internet sobre os locais que Marielle frequentava. O deputado estadual e atual deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) e o, na época, interventor na segurança pública do Rio, general Braga Neto, também eram alvos das buscas que Lessa fazia na rede.

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