José Luiz Barbosa Veira tem um currículo vistoso. É um veterano da Educação, com mais de 30 anos de experiência. Pedagogo, formado pela UFPA, tem duas pós-graduações, uma na própria UFPA e outra na UEPA. Já percorreu o famoso Caminho de Santiago de Compostela, entre a França e a Espanha e escreveu livros. É blogueiro e palestrante motivacional. Cheff gourmet, nas horas vagas. Foi a este profissional multi-talento que o prefeito de Parauapebas, Darci Lermen, recorreu quando precisou de um novo secretário de Educação.
Depois de haver servido ao governo em duas outras oportunidades (foi secretário de Meio Ambiente e de Administração, nos governo anteriores de Darci), em 4 de fevereiro, Luiz Vieira acabou recebendo do prefeito um dos maiores orçamentos do município - mais de R$ 100 milhões serão investidos em Educação este ano. Como tudo na vida tem bônus e ônus, junto com essa fartura em recursos veio a Semed, uma secretaria que é pressionada diariamente para que apresente resultados tão grandiosos quanto seu orçamento.
Vieira precisará de cada um de seus talentos para se sair bem neste novo cargo. Terá que utilizar o conhecimento amplo em Pedagogia para definir qual método aplicar nas escolas; os muitos anos em sala de aula podem servir para entender os desejos e as ansiedades dos milhares de professores que formam sua rede de colaboradores; ter sido peregrino deve tê-lo ensinado que nem sempre tudo sai exatamente como se quer, mas que é preciso continuar a caminhar e quem sabe aonde quer chegar, jamais estará tão perdido assim; o palestrante motivacional que tem dentro de si deve servir para lhe mostrar como motivar os colaboradores mais próximos e como tornar esse estado de ânimo algo contagioso, que alcance toda a comunidade escolar de Parauapebas.
Conseguindo isso, depois de cumprir a missão dada por Darci, de "fazer andar" a Educação em Parauapebas, Luiz Vieira poderá voltar ao blog - um tanto parado desde que assumiu a Semed, às harmonizações culinárias, aos livros e às poesias.
Foi para falar dessa missão difícil que Luiz Vieira recebeu a reportagem no amplo e confortável gabinete que ocupa, no Palácio do Morro dos Ventos, sede do governo municipal e onde funciona a Semed, em Parauapebas.
De forma afável, Luiz Vieira respondeu a todas as perguntas. Criticou a famigerada "escola sem partido" ("coisa de quem não entende nada de educação"); defendeu o método construtivista de ensino ("Professor não ensina apenas conteúdo, ensina ser cidadão, também"); disse que tem uma obsessão ("construir uma educação moderna, com professores estimulados e com boas condições de trabalho, alunos que gostem de ir à escola e usando a tecnologia para simplificar a burocracia nas escolas"); e garante que "sonha alto" ("Quero aproximar o IDEB de Parauapebas do melhor IDEB do Brasil").
A seguir, a íntegra da entrevista com Luiz Vieira.
Boa leitura a todos e todas.
Contraponto (CTP) – Professor, o atual Governo Federal insiste em defender a chamada “escola sem partido”. Como o sr vê essa discussão?
Luiz Vieira (LV) – Eu vejo como algo equivocado. Quando se fala em “escola sem partido”, pressupõem-se que as escolas tinham partido. Aí, eu pergunto: qual o partido da tua escola? Qual partido que comandava lá, era o PT, o PSDB, o DEM? Claro que isso não existe. É uma coisa equivocada feita por pessoas que não entendem o processo dialético da Educação e criaram essa neurose que a escola estava sendo usada para doutrinar e para fazer política. Surgiu de gente que não entende nada de Educação. É um atraso para o Brasil, uma mancha em nosso currículo, porque dentro da escola temos que garantir a multiplicidade de ideias, garantir que o estudante tenha inteligência para desenvolver sua própria linha de argumentação. Não existe esse processo de doutrinação. Doutrinação existe nas igrejas. Se, nós professores, tivéssemos esse poder de doutrinar nossos alunos, eu garanto que o Brasil seria outro, já teríamos doutrinado esses meninos para serem cidadãos perfeitos, para buscar o desenvolvimento humano na sua essência. Infelizmente, na escola, nós influenciamos tão pouco nossos alunos que a televisão ou os vídeos games influenciam muito mais que o professor em sala de aula. Vejo essa coisa de “escola sem partido” como uma falácia. Infelizmente, a nova linha política do Governo Federal tenta levar de volta a escola brasileira para o século 18, para a linha de doutrinação dos jesuítas, quando você tinha que aprender de acordo com o catecismo. Veja, falo isso sem criticar a educação jesuíta que foi muito boa para o Brasil, naquele momento. Infelizmente, o governo está tentado levar a Educação de volta ao Brasil Colônia.
CTP – Recentemente, escolas receberam carta do MEC determinando a execução do Hino Nacional, a leitura de uma carta contendo o slogan de campanha do atual presidente da República e que a filmagem das crianças participando disso fosse enviada ao MEC. Já houve recuo por parte do MEC. Mesmo assim, como o senhor vê isso? Não chega a ser assustador? O senhor concorda? Teremos isso em Parauapebas?
LV – A mim, assusta. Mas, não espero nada diferente do atual ministro da Educação. O que mais me assustou mesmo foi a reação de parte do público. O pouco que vi nas redes sociais, havia quem defendesse a medida. “Está certo. Tem que cantar o hino nacional mesmo. Tem que ser patriota. Tenho saudade do meu tempo quando a gente ficava na fila”, diziam. Só que essa posição é muito simplória. Veja, ninguém é contra que se execute o Hino Nacional, um símbolo quase sagrado para todos nós e já existe lei que regulamenta a execução do Hino nas escolas. Então, realmente não precisava de uma carta do ministro. Na forma da lei, cada escola tem autonomia para definir a conveniência em executar o hino. E acho que nem precisava de lei, considerando a importância de ensinarmos nossos jovens a conhecer a letra do Hino, a ver isso como um ato de civismo, como símbolo de amor à Pátria. Agora, tudo que é obrigatório acaba virando algo desagradável. Me preocupa o patriotismo exacerbado. Sempre que o Brasil passou por períodos de ditaduras, de regimes fechados, os governantes procuram esconder a falta de liberdade e democracia com o patriotismo no estilo “ame-o ou deixe-o”. Isso sempre foi utilizado por governos autoritários para mascarar a realidade. Me preocupou quando o governo trouxe de volta essa questão. Enfileirar, perfilar, as crianças para cantar o Hino e, o pior, ter que filmar e mandar para o MEC. E ainda tinha que ler a carta com slogan de campanha. Isso sim que seria partidarização da escola, coisa que não foi vista nem nos “anos de chumbo”, no pós-64. Aqui em Parauapebas, nossos diretores e professores têm toda a liberdade em relação a este assunto. Entendemos que o civismo é importante na escola e a comunidade escolar define como fazer isso. Os atos de civismo devem ser vistos como alguma coisa boa e positiva. Nada de gente filmando para mandar para quem quer que seja. Parauapebas, com todo o respeito ao atual ministro da Educação, está em outra época. Queremos que os alunos aprendam, através de uma educação dialética, o valor da liberdade.
CTP – Dias atrás, o professor Lino de Macedo, mestre construtivista, esteve em Parauapebas, o que demonstra o alinhamento da Educação municipal com essa corrente da pedagogia. Este continuará sendo o método aplicado pela Semed? Qual a sua percepção desse método? É eficaz?
LV – Eu acredito no que chamo de educação dialética, contida na filosofia do Construtivismo. Eu aposto na ideia que é papel do educador não apenas ensinar conteúdos, mas ensinar ao aluno como ser um cidadão completo e independente. Então vamos reforçar muito a linha construtivista nas escolas, não por modismo ou seguindo parâmetros muito rígidos, inclusive isso iria de encontro ao próprio método construtivista. Lembro que, tempos atrás, em outro governo, um secretário de Educação decidiu que seríamos todos construtivistas. Fez um treinamento nas escolas e, a partir daí, todos os professores seriam construtivistas, apesar de ninguém saber exatamente o que seria isso. Os professores recebiam os conteúdos e tinham que aplica-lo de todo jeito. Ora, isso é totalmente contrário ao método. Nesse caso, não se construiu nada, veio de cima para baixo, algo imposto e sem convencer o professor que isso é positivo. E é importante frisar que o professor precisa ser convencido, senão não adianta nada trazer tecnologias, métodos e recursos, se o professor não for convencido, nada feito. Você não terá resultado na ponta. Ele pode até aplicar a metodologia, mas o resultado você não vai alcançar. Por isso, pretendemos aprofundar essa discussão e fazer várias rodadas de debates com nossos educadores, para que as crianças sejam realmente beneficiadas e agreguem esse conhecimento. É preciso que o resultado apareça. Qual o nível de nossos alunos quando concluem o nono ano do ensino fundamental e ingressam no nível médio? Eu sou professor do ensino médio aqui e é consenso que nossos alunos chegam ao ensino médio despreparados. E precisamos identificar as razões para que isso ocorra. Interessante é que, na maioria dos casos, os mesmos professores do ensino fundamental, lecionam no ensino médio. Vamos dialogar com nossos educadores para descobrir porque nossos alunos não estão chegando preparados ao ensino médio. E aí é que entra o método construtivista. O professor precisa ser convencido da eficácia do método e o estudante precisa ser seduzido por essa metodologia. Assim, inevitavelmente, nós vamos colher os frutos lá na frente.
CTP – O secretário anterior, professor Raimundo Neto, foi muito criticado por, alegadamente, não ter autonomia financeira para firmar compromissos com os professores e fazer as obras necessárias. Isso foi equacionado com a sua chegada à Semed? O senhor tem essa autonomia?
LV – Eu não concebo um gestor de uma pasta importante, como a Educação, não ter autonomia para gerir a pasta. Entendo que essa é uma crítica pontual do professor Raimundo Moura, dirigente sindical, e eu não entro no mérito. Não vou questionar o ponto de vista dele. Mas, não consigo conceber um secretário de Educação de Parauapebas, que gerencia um órgão gigantesco, maior que a maioria das prefeituras do Estado, sem ter autonomia. Quando o prefeito me convidou para este desafio, me garantiu que terei todas as condições e todo o suporte. Já atuei ao lado do prefeito em seus dois mandatos anteriores, à frente das secretarias de Meio Ambiente e Administração e sempre tive autonomia. Agora, não será diferente e terei autonomia. Claro, que dentro do planejamento estabelecido pelo prefeito Darci, que envolve todos os órgãos da administração.
CTP - Como o sr avalia as negociações que estão em curso com o Sintepp?
LV – Veja, na primeira reunião, 80% da pauta do Sintepp foi consensual. Por exemplo, a nomeação de vice-diretores nas escolas que não tinham esses cargos ocupados. Vamos providenciar isso. Fim do assédio moral, correto. Nossa tolerância será zero com isso e vamos construir mecanismos para coibir essa prática. Estruturas das escolas estão ruins? Certo. Então, vamos começar imediatamente as reformas. Na questão das reformas do Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações (PCCR), é consenso que é necessário mexer nisso, mas não depende exclusivamente da Semed. Será preciso ouvir a Procuradoria do Município e a Secretaria de Fazenda, por isso não decidimos de imediato. Então, ficou somente a pauta salarial que tem um único item: reposição salarial. Nas próximas reuniões espero que a gente avance também nesse item da pauta.
CTP – As reclamações sobre o sucateamento das escolas são recorrentes. Como e quando o sr pretende resolver esse problema?
LV – Antes, só registrando que surgiram tantas polêmicas, que parece que os problemas da educação começaram com a posse do novo secretário. Mas, o fato é que temos problemas graves nas nossas escolas. Fizemos uma autocrítica e as reformas que deveriam ter sido feita em dezembro não aconteceram. O processo burocrático travou e a missão principal que o prefeito Darci me deu foi de fazer a cosia andar, foi destravar esse processo. Foram pequenos problemas na burocracia, mas o fato é que não foram feitas as reformas no período de férias. Conseguimos sanar os problemas em uma semana de intenso trabalho e já posso começar as reformas em 43 escolas imediatamente. Como é muito complexo reformar escolas com aulas em andamento, comuniquei ao Sintepp que vamos encaminhar uma circular para todos os diretores das escolas contempladas, passando orientações no sentido que, cada diretor coordene uma reunião com o Conselho Escolar, pais de alunos, professores, sindicato, e se tiver associação no bairro, chama também, para elaboração conjunta do plano de reforma da escola. Como nós não vamos suspender o ano letivo para fazer as reformas, cada escola vai construir coletivamente seu plano. Algumas comunidades não vão querer fazer as reformas imediatamente, então podem optar por fazer isso nas férias de julho. Em outras, eles chegarão à conclusão que têm casos graves e urgentes, então vamos atender imediatamente. Serão atendidas quase 70% das escolas da rede municipal. Fizemos todo o levantamento das necessidades das escolas e vamos aplicar R$ 17 milhões nesse programa.
CTP – Em 2017, ao assumir, o prefeito Darci Lermen determinou a retomada de 9 escolas cuja contração havia sido abandonada pela gestão anterior. Até agora, em 2019, essas escolas não foram entregues. Por que tanta demora? Qual o cronograma para a conclusão dessas obras?
LV – A maioria dessas obras são creches, feitas em parceria com o Governo Federal, através do programa Pro Infância, que foram paralisadas por falta de prestação de contas no governo anterior. Mas, já fizemos uma vistoria técnica em todas elas e as obras estão sendo aceleradas. Nas creches, ainda não é possível apresentar um cronograma por conta que dependemos do posicionamento do governo Federal sobre o processo de retomada. Mas, onde o recurso é exclusivo do governo do município, a ordem é acelerar e entregar o quanto antes. No caso da escola Nelson Mandela, o prazo contratual para entrega era agosto, mas conseguimos entregar a escola à comunidade no dia 31 de março. Não vamos esperar nem o aniversário da cidade.
CTP – A Nelson Mandela é aquela que foi objeto de manifestações recentemente?
LV – Essa mesma. Ela fica no bairro Tropical e funciona em um galpão improvisado, cheio de problemas. Mas, a partir do dia 31 de março, já estará funcionando em um novo prédio.
CTP – Geralmente gestores de pastas estratégicas, entre elas a Educação, estabelecem metas e objetivos ao assumir. Quais as suas principais metas e objetivos para a Educação em Parauapebas?
LV – Vou te dizer o seguinte: eu sonho alto. E meu primeiro desafio é fazer com que meus colaboradores sonhem junto comigo. Sempre penso em mirar lá em cima. Porque atirando acima, você pode acertar mais embaixo; agora se atirar muito baixo, é capaz de acertar os próprios pés. Então, vou ficar feliz se até o fim da minha gestão – lembrando que cargo de secretário é passageiro e ninguém pode garantir quanto tempo ficará – conseguir que nossas escolas ofereçam condições para que os professores exerçam plenamente suas atividades docentes, porque não é só salário que faz um bom professor. Envolve estruturas e condições funcionais e principalmente a valorização e o reconhecimento do professor. Um professor valorizado e reconhecido, com certeza, vai ter mais incentivo e estímulo para dar uma boa aula. Então, pretendo, até de forma obsessiva, investir em formação e qualificação do professor. E uma formação que venha a acrescentar ânimo a esse professor. Então, nossas metas passam pela garantia das condições de trabalho do professor – um exemplo disso é a reforma dessas 43 escolas - e melhorar a formação desse profissional, como forma de incentivo e valorização constante. Na primeira reunião que tive com todos os gestores das escolas, disse que o professor precisa ser recebido com tapete vermelho nas escolas. Ele (o professor) é a principal ferramenta da Educação. É preciso trazer esse professor para o nosso lado, fazer com que ele acredite na nossa filosofia de trabalho. Já será um grande passo.
CTP – O sr fala de valorização salarial?
LV – entendo que a valorização salarial já está sendo feita. Parauapebas paga o maior salário do Norte do País. Mas, não é só salário, não é só isso. Ainda falta muita coisa para esse professor ser valorizado. Então, é uma obsessão que tenho por formação e treinamento. Agora mesmo, dias 8 e 9 de março, vamos promover o “Educação em Foco”, um ciclo de debates, no plenário da Câmara Municipal, envolvendo todos os que fazem a Educação na rede pública. No dia 8, vamos reunir todos os gestores, pela manhã e tarde; no dia seguinte, será a vez dos professores. Para nos ajudar a fazer essa formação estamos trazendo um grande intelectual, o professor Edmilson Sanches, com grande experiência em gestão, tendo trabalhado em diversos órgãos e, em especial, na Educação. Ele vem com o desafio de fazer um processo de motivação, para nos trazer de volta o brilho no olhar. Vou buscar sempre escolher os melhores mecanismos e ferramentas para ter os melhores resultados no meu trabalho. Eu, enquanto professor, mesmo que prepare uma aula brilhante, se não alcanço os resultados, fico frustrado. E a frustração leva à desmotivação. Então, é preciso eliminar as causas dessa desmotivação. Essa é nossa obsessão: fazer uma educação moderna, com professores estimulados, com alunos com vontade de ir à escola, trazendo inovações tecnológica, acabando com a papelada de escola, acabando com o desperdício de tempo, com professor fazendo chamada em lista. Já existem tecnologias que resolvem esses problemas e não estamos utilizando. Esses são os pontos básicos da minha meta. Vou ficar muito feliz se eu chegar ao final dessa gestão tendo alcançado isso. Porque sei que com isso, consequentemente, teremos um IDEB lá em cima. Eu quero acabar com essa história de que Parauapebas é o melhor IDEB do Pará. Infelizmente, o Pará não é referência em Educação. Acredito que vai melhorar com a visão do novo governador do Estado, mas por enquanto, o Pará está na ponta de baixo da qualidade do ensino. Considerando o orçamento que temos disponível, não quero comparar o nosso IDEB com o IDEB do Pará. A minha meta é chegar perto do melhor IDEB do Brasil. Por exemplo, quero comparar meu IDEB com Sobral, no Ceará. Vamos usar todos os nossos recursos para perseguir essa obsessão, porque aí nossas crianças terão boa formação, as famílias ficarão satisfeitas com o desenvolvimento dos filhos e toda a sociedade ganha com isso. E nosso grande desafio é fazer esse pacto com a sociedade, envolvendo a Executivo, o Legislativo, o Judiciário e, principalmente, os pais e mães de alunos. Não se pode tolerar que ainda se pense educação como os antigos prefeitos do interior, na década de 80, que nomeavam para direção das escolas seus apadrinhados políticos, quase todos sem qualificação. Se fizermos isso, a Educação não vai avançar, por mais que você tenha um orçamento milionário. Se não mudar essa compreensão, vamos acabar fazendo aquela educação medíocre, sem bons resultados ao final. Falo isso, porque ainda tem muitos atores no processo que estão pensando como antigamente e não podemos mudar a Educação se não mudarmos as cabeças de quem participa desse processo.
CTP - Então, a Educação não pode ser objeto de barganha política?
LV – Exatamente isso. Todo mundo precisa compreender isso. Educação não pode ser objeto de barganha política. E não apenas a Educação, a Saúde também. Qualquer gestor que tenha juízo, dirá que a Educação e a Saúde são intocáveis, precisam ser totalmente blindadas de injunções políticas, totalmente técnicas. Bom seria que todos os demais setores da administração fossem assim, mas se nossa cultura política não evoluiu até esse ponto, que pelo menos Educação e Saúde sejam preservadas. Esse é o caminho para alcançar bons resultados.
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