A Escola Família Agrícola Professor Jean Hébette (EFA), de Marabá, realizou na sexta-feira (22), o
Encontro de Parceiros e Famílias da EFA. Na ocasião, entre outros visitantes, a EFA recebeu uma comitiva liderada pela secretária de Educação de Marabá, professora Marilza Leite (na foto em destaque, durante a visita a uma das unidades da EFA). No mesmo dia, a EFA recebeu as delegações das escolas Santa Maria e Boa Esperança do Burgo. O Encontro aconteceu nas instalações da EFA, no KM 23 da rodovia Transamazônica.
A comitiva da Semed, além de contar com a presença da professora Marilza, teve a participação do secretário adjunto, professor Orlando Moraes, da pedagoga sulamita Morgado, do coordenador de transporte Jair labres e do jornalista e cineasta Magno Barros.
Marilza Leite e demais convidados puderam conhecer em detalhes os trabalhos e a estrutura física da Escola, sobretudo as Unidades Produtivas e Educativas (UPE´s), módulos nos quais os alunos da EFA têm suas aulas.
A EFA utiliza como método a chamada Pedagogia da Alternância, através da qual os alunos passam um período recebendo conhecimentos teóricos e práticos para, em seguida, transmitir para suas comunidades o que aprenderam. A Pedagogia da Alternância é reconhecida como uma das ferramentas mais eficazes para difusão de conhecimentos.
A primeira parada foi na Barraca da Feira onde estava sendo comercializados xarope de cupim, bolo de macaxeira, doce de leite e chaveiro de coco babaçu, sob a supervisão da educadora Glecia Sousa. Na Barraca da Feira não podia faltar o algodão doce para a garotada e, uma inovação, o crepe para os adultos.
Depois foi a vez de visitar o Viveiro de Mudas, local onde são produzidas frutíferas e arbóreas pelos próprios jovens da EFA. Marilza teve a oportunidade de participar da doação de mudas oriundas da Secretaria Municipal de Agricultura de Marabá (Seagri) para agricultores e agricultoras.
A equipe da Semed também conheceu a Praça Ecológica Yank Santos Torres, onde está sendo construído um tapiri. A direção da EFA pediu o apoio da SEMED para construção de parede, piso, bancos e fixação de meio fio. Esta praça é um ambiente onde os visitantes ficam em contato direto com a natureza, em meio a um babaçual e no Sistema Agroflorestal (SAF) em fase de implantação.
Na Horta Medicinal composta por mais de 50 (cinqüenta) espécies de plantas, em seguida rumo a Horta em formato de mandala implantada a partir da metodologia Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (PAIS) através de um Projeto do Movimento de Atingidos/as por Barragens (MAB) com recursos do Fundo Amazônia, coordenado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O Coordenador do MAB, Joarez Oliveira Nascimento, explicou que o projeto faz uso de energia solar. "É uma satisfação ter esta horta instalada na EFA, uma forma de cumprir a função de Unidade de Referência para socialização da experiência para os agricultores e agricultoras da região”, disse.
Foi visitado o Aviário, onde é desenvolvida a criação de patos e galinhas. É uma Unidade consolidada, inclusive recentemente recebeu apoio financeiro do Banco da Amazônia e recebe o suporte técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (EMATER – PARÀ). Também recebeu ajuda financeira da Mineradora Vale. O principal objetivo é ensinar e incentivar a produção de carne e ovos. Foi explicada para Marilza Leite a solicitação de madeira, que entre outras finalidades, visa a reforma do aviário.
Na Roça, foi apresentada a plantação de abacaxi, maracujá - que já está produzindo os primeiros frutos - macaxeira e banana também já em fase de aproveitamento. No caminho da Roça, está em fase de implantação um Biodigestor, projeto coordenado pelo professor Antonio Santana, que explicou que a ideia é aproveitar as fezes bovinas para produção de biogás, que será utilizado na cozinha da EFA. Esta UPE também recebeu aporte financeiro do Banco da Amazônia.
Para fechar o “tour” na EFA foram mostrados aos visitantes, os tanques para criação de peixes, com fonte de água permanente. Com o patrocínio do Banco da Amazônia, está sendo criado com sucesso o tambaqui.
Entre os projetos em fase de implantação está a Pocilga. Esta unidade ainda não funcionando plenamente, porque ainda é preciso investir em energia, sistema de água e de escoamento de dejetos.
Além da Pocilga, a Pastagem é outra meta estabelecida pela direção da EFA, visando o estudo e a criação de bovinos de corte e leite.
A professora Marilza Leite mencionou a possibilidade de conseguir a doação de uma matriz de vaca leiteira para a EFA começar a constituir seu rebanho.
A visita encerrou na entrada da EFA próximo à Cozinha, onde foram reafirmadas as prioridades estabelecidas entre a EFA e a Semed para 2019. Entre as iniciativas mais importantes estão a reforma dos prédios, equipar com beliches e armários os dormitórios, entrega dos equipamentos de informática, liberação da madeira e análise de liberação do combustível para roçadeira, doada pela Casa da Roça.
A Equipe da EFA avaliou como exitoso o Encontro com a participação da Secretaria Municipal de Educação de Marabá (SEMED). A professora Marilza Leite reconheceu o trabalho educativo da EFA.“Acredito que é possível, através das escolas de tempo integral, a Educação contribuir para desenvolvimento sustentável da Sociedade”, disse Marilza.
Integração Entre As Escolas
Enquanto os visitantes percorriam as dependências da EFA, alunos, professores e demais convidados da EFA e das escolas Santa Maria e Boa Esperança do Burgo, participavam de um dia de integração com esporte, arte e lazer.
Para Damião Santos, educador da EFA e presidente do Instituto de Promoção Ecológica e Social (IPÊS), a intenção ao criar o Encontro de Parceiros e Famílias foi encurtar as distâncias geográficas entre as escolas e as comunidades. Segundo ele, toda a comunidade escolar precisa tomar conhecimentos dos projetos desenvolvidos na EFA. “As porteiras, aqui, da nossa Escola Família Agrícola, estão sempre abertas para servir à classe camponesa”, disse Damião.
O diretor das escolas Santa Maria e Boa Esperança do Burgo, professor Celso Modesto, reconheceu a importância do evento. “Me considero um parceiro da EFA. Estamos abertos para trabalhar juntos em favor da Educação do Campo”.
A professora Marilza Leite avaliou como positiva a estratégia de integração. “As Escolas do Campo precisam estar integradas e atuando de forma solidária buscando proporcionar uma educação de qualidade para todos e todas”, disse a secretária de Educação de Marabá.
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