Dentre os objetos encontrados e apreendidos pela Polícia Civil, em uma casa onde Maria Alice se escondia na cidade de Tucuruí, havia uma caixa de som pertencente à Dilma. O equipamento ainda estava com vestígios de sangue e, por isso, foi encaminhado à perícia criminal ainda hoje.
Os irmãos Glaucimar Francisco Alves, Marlon Alves, Cosme Francisco Alves e Alan Alves estão com mandados de prisão expedidos pela Comarca de Baião.
A Polícia Civil, em apenas três dias de investigação, conseguiu identificar, localizar e prender o mandante dos crimes, Fernando Ferreira Rosa Filho, o "Fernandinho" (na foto abaixo), fazendeiro envolvido com receptação de cargas roubadas, homicídios, agiotagem, grilagem de terras e tráfico de drogas na região sudeste do Pará.
A Força-Tarefa da Polícia Civil na região segue investigando os crimes por determinação do delegado-geral, Alberto Teixeira. A ordem é continuar as buscas até a captura dos indiciados.
Maria Alice foi presa em flagrante pelo crime de receptação de roubo e foi autuada na Seccional Urbana de Polícia Civil em Tucuruí.
A prisão de Maria Alice já foi comunicada ao Poder Judiciário e a presa encaminhada ao Sistema Penal.
Segup Reúne com Lideranças Rurais
O secretário de Segurança Pública, Ualame Machado, recebeu na noite de ontem (26), representantes do Movimento Atingidos por Barragens (MAB), deputados estaduais e outras lideranças, tão logo foi conformada a prisão de Fernando Ferreira Rosa Filho, o "Fernandinho", mandante de duas chacinas que vitimaram seis pessoas em Baião. Entre as vítimas estava Dilma Ferreira Silva, liderança do MAB.
Ualame Machado (na foto abaixo, à esquerda, enquanto preside a reunião), comunicou a prisão de "Fernandinho" e a identificação dos executores, os irmãos Marlon Alves, Cosme Francisco Alves, Alan Alves e Glaucimar Francisco Alves. Todos estão com prisão preventiva decretada pela Justiça e a ordem é apertar o cerco sobre eles até que sejam presos.
O secretário ressaltou a integração e celeridade com que a polícia deu resposta ao caso. “A busca pelos acusados está sendo coordenada pelo Delegado-Geral, Alberto Teixeira, junto com a Secretaria Adjunta de inteligência e Análise Criminal (Siac), da Segup (Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social), Delegacia de Conflitos Agrários (Deca), Divisão de Homicídios, Grupo de Pronto-Emprego (GPE), Núcleo de Inteligência da Polícia Civil, além da Superintendência da Polícia Civil de Tucuruí, que instaurou de imediato o inquérito para apurar o caso. Estamos agindo com celeridade, rigor e de forma plena, para mostrar que o que era feito há 20, 30 anos, não será mais aceito. Nós iremos agir com pronta resposta”, garantiu Ualame Machado.
Para Iuri Paulino, integrante da direção nacional do MAB, a prisão atende à necessidade de punir os culpados, e a rapidez da prisão do acusado de ser o mandante conforta familiares e amigos das vítimas.
“Pela disposição vista no trabalho feito pelas equipes, a gente já tinha o pensamento de que teríamos uma resposta positiva, embora não imaginássemos que seria dessa forma, tão rápida. Se podemos afirmar que há fatos felizes nisso, é que nós recebemos a notícia que o mandante do crime foi preso. Isso é fundamental, traz um alívio para a família, para a nossa militância, e demonstra para a sociedade que quem comete esse tipo de crime não pode sair impune”, ressaltou Iuri.
DECA, Milícias e Fazenda Ubá
O Governo do Pará, desde janeiro de 2019, tem tratado com rigor questões relacionadas a conflitos agrários. As Delegacias Especializadas em Conflitos Agrários (DECAs), vêm agindo com correção, seja prendendo criminosos, seja negociando a desocupação pacífica de fazendas.
Além disso, no dia 17 de janeiro, cumprindo mandado judicial, a Polícia Civil prendeu José Iran dos Santos Lucena, Mateus da Silva Lucena e Hamilton Silva Ribeiro, apontados como líderes e financiadores de grupos de milícia armada que agiam no Sudeste do Pará. A Justiça Estadual, em segunda instância, manteve a prisão.
No dia 24 de janeiro, policiais civis prenderam José Edmundo Ortiz Vergolino (na foto abaixo), acusado de ser o mandante da execução de oito trabalhadores rurais, ocupantes da Fazenda Ubá, em 1985, no município de São João do Araguaia, no sul do Estado.
As investigações que levaram ao cumprimento da prisão do acusado atenderam a uma cobrança internacional, já que o caso da Fazenda Ubá foi levado à Corte Internacional de Direitos Humanos, instância que chegou a condenar o Brasil, e o Pará, pelo episódio.
O acusado chegou a cumprir pena em 2006, no presídio de Marabá, e pouco depois teve concedida a prisão domiciliar. Em 2007, as Câmaras Criminais Reunidas concederam alvará de liberdade provisória a José Edmundo. Somente em 2017 foi expedido um novo mandado de prisão definitivo, pela 2ª Vara do Tribunal do Júri da Capital, com a condenação de 152 anos de reclusão, que até então não havia sido cumprido.
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