Após a morte de um operário na quarta-feira (28), trabalhadores das obras da hidrelétrica de Belo Monte, no oeste do Pará, deram início nesta quinta-feira (29) a uma paralisação.
Há cerca de duas semanas, greves também atingem as obras das usinas de Santo Antônio e Jirau, localizadas em Rondônia.
A morte do funcionário, que trabalhava para uma empresa terceirizada contratada pelo CCBM (Consórcio Construtor de Belo Monte), foi o estopim para a paralisação, que envolve reivindicações trabalhistas.
O consórcio informou que, dos cinco canteiros de obras da usina, há dois paralisados: Belo Monte e Pimental. O CCBM não soube dizer quantos trabalhadores há nessas duas unidades.
Na quarta-feira (28), porém, trabalhadores do sítio Pimental já haviam começado a paralisar atividades, mesmo antes da morte do operário. O acidente motivou a adesão de outros trabalhadores, principalmente do sítio Belo Monte.
O canteiro de Belo Monte é um dos mais importantes, porque é onde ficará a casa de força principal da hidrelétrica.
O operário que morreu, de 34 anos, trabalhava na retirada de vegetação. Em nota, o consórcio disse que está tomando "todas as providências necessárias" no apoio à sua família.
De acordo com trabalhadores, o operário morreu a o ser atingido por uma árvore. O acidente ocorreu no canteiro de obra onde está sendo feita a construção de canais. Esse canteiro não está paralisado.
A paralisação, que começou a ser articulada ontem à noite, foi deflagrada nesta manhã, mas ainda não há detalhes sobre a adesão. Ao todo, há cerca de 5.000 trabalhadores nas obras da usina de Belo Monte.
Os trabalhadores reclamam de questões como qualidade da comida e do intervalo entre as folgas para visitar suas famílias (conhecido como baixada). Eles queixam-se ainda que os trabalhadores do canteiro Canais e Diques, onde o operário morreu, ganham salários mais altos do que os operários dos demais sítios e pedem uma equiparação.
O consórcio afirmou que aguarda que o sindicato da categoria encaminhe a pauta de reivindicações para poder negociar.
As obras de Belo Monte, que começaram na metade do ano passado, ficam na região do município de Altamira (no oeste do Pará, a 900 km de Belém).
Quando concluída completamente, o que está previsto para 2019, será a terceira maior hidrelétrica do mundo.
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