25 de novembro de 2011

Presidente da Federação da Agricultura denuncia "poder paralelo" no Pará


As ações criminosas que apontam para a existência de um poder paralelo no Pará estão ramificadas por todo o Estado. A declaração foi feita ontem à tarde pelo presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), Fernando Xavier, logo depois de fazer a abertura do 36º Encontro Ruralista do Pará. O evento, que tem a participação de lideranças do agronegócio representando a quase totalidade dos municípios paraenses, assinala também o transcurso do 60º aniversário de fundação da entidade.
Carlos Xavier deixou em aberto a possibilidade de que venha a ser divulgada hoje uma parte, pelo menos, do documentário que a Federação decidiu fazer para mostrar a escalada da violência e da criminalidade no campo e o grau de vulnerabilidade a que estão reduzidos os produtores rurais paraenses, sobretudo diante da ação de grupos invasores. O levantamento foi iniciado há cerca de três semanas e constará de documento impresso e produção em vídeo. Sua execução está a cargo de um grupo de trabalho constituído pela diretoria da Faepa e que vem atuando com o assessoramento de especialistas nas áreas jurídica e de segurança pública.
“O que já se tem revelado até agora é de causar espécie”, afirmou Carlos Xavier, destacando que os crimes contra o produtor rural não estão restritos às regiões sul e sudeste do Pará, como antes se pensava, mas se alastram hoje por todo o Estado. Invasões de propriedade, matança e roubo de gado e comércio clandestino de carne - o que põe em risco inclusive o programa de erradicação da febre aftosa, objeto de acordo internacional assinado pelo governo brasileiro - são alguns dos crimes hoje praticados rotineiramente no interior paraense, segundo Carlos Xavier.
Há coisas mais graves, porém, sobre as quais o presidente da Faepa só pretende se manifestar ao final dos trabalhos, quando tiver em mãos os documentos produzidos sob a orientação dos especialistas em direito e segurança. Como dica, porém, Carlos Xavier mencionou também a troca de carne por drogas e até o tráfico humano. “A situação é grave. Nós estamos fazendo um trabalho detalhado e muito cuidadoso, até para que ele possa ser apresentado como contribuição às autoridades”, acrescentou. “Não é só um segmento econômico que está sendo prejudicado. A própria democracia sai fragilizada sob o embate do poder paralelo”, disse. 
(Com informações da Ascom/Faepa)

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