25 de novembro de 2011

Mario Sabino, redator-chefe de Veja deixa a revista

Funcionário da revista Veja desde 1994, o jornalista Mario Sabino deixa a principal publicação da Editora Abril. A saída dele foi confirmada na noite desta quinta-feira (24), após ocupar por anos o cargo de redator-chefe. De acordo com nota publicada na Veja.com, a decisão foi do profissional, que decidiu deixar de lado o trabalho na mídia.
Na equipe de jornalismo do veículo de comunicação, Sabino era o segundo na hierarquia, ficando abaixo apenas do diretor de redação Eurípedes Alcântara. Inclusive, em agosto, durante as férias de Alcântara, Sabino assumiu a direção da Veja por um mês.
A Editora Abril ainda não definiu o profissional que substituirá. Na escala de cargos da Veja, os editores executivos têm importância de chefia subsequente ao redator-chefe. Atualmente, Carlos Graieb, Fábio Altman, Isabela Boscov, Jaime Klintowitz, Thaís Oyama e Vilma Gryzinski ocupam estes cargos.
Jornalista desde 1984, Sabino teve passagem pela Folha de São Paulo, empresa em que foi editor de livros. Além da redação do Grupo Folha e Editora Abril, o jornalista se dedica à literatura, sendo autor de O dia em que matei meu pai, O antinarciso, A Boca da Verdade e O vício do amor.
No dia em que foi divulgada a saída da Veja, Sabino apareceu na TV, ao ser entrevistado pelo ‘Programa do Jô’, da Globo. Na atração, ele comentou sobre o trabalho como escritor, disse que setores da esquerda queriam controlar a imprensa e que o governo Dilma tem sido uma “grata surpresa”.
Em nota publicada na Veja.com e assinada por Eurípedes Alcântara, a saída do redator-chefe foi confirmada. No texto, o diretor afirma que foi Sabino quem quis deixar a publicação, para se dedicar a novos projetos profissionais. A afirmação dele vai contra o que foi publicado pelo Brasil 247, que apontou a saída como decisão do presidente da Abril Mídia, Fábio Barbosa.
Confira a íntegra da nota assinada por Alcântara, intitulada "Antes que prevaleça a desinformação":
VEJA
Nota do diretor à redação
Meus caros,
antes que prevaleçam a maledicência e a desinformação, matérias-primas dos bucaneiros da internet, gostaria de esclarecer o que existe de factual sobre a decisão do Mario Sabino de deixar o jornalismo e, como consequência, seu cargo de redator chefe de VEJA. Havia um ano eu tentava dissuadir o Mario da determinação de deixar a profissão. Ele argumentava que o exercício do jornalismo já não lhe proporcionava a mesma satisfação. Embora eu apontasse que ele continuava a desempenhar suas atribuições com a responsabilidade, brilhantismo, ousadia e originalidade de sempre, Mario foi consolidando sua decisão de mudar de rumos profissionais.
Na semana passada, finalmente, Mario Sabino me procurou para dizer que seguiria mesmo outro caminho.
A decisão do Mario representa uma grande perda – para nós da redação de VEJA e para o jornalismo. Ele esteve ao meu lado durante quase oito anos, no cargo que ainda exercerá até o início do próximo ano, sempre como a melhor companhia que um diretor de redação pode ter na trincheira do jornalismo rigoroso e independente. Perco o convívio de um amigo, mas não a sua amizade. Fica conosco sua lição de profissionalismo intenso e de apego exacerbado à busca da verdade, para ele mais do que uma simples virtude, uma razão de vida. Sob essa ótica, farei e anunciarei nas próximas semanas as mudanças que a decisão do Mario acarreta.

Eurípedes Alcântara
Diretor de Redação

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