17 de abril de 2019

PONTE DESTRUÍDA: Sem ajuda de Bolsonaro, Pará vai reconstruir ponte na Alça Viária. Custo das obras passam de R$ 100 milhões. Prazo é de 6 meses



As obras de construção da nova ponte sobre o rio Moju iniciam em cinco dias. Os recursos virão dos cofres do Governo do Pará. Jair Bolsonaro não destinou nenhum recurso federal para ajudar o Pará a reconstruir a ponte. O anúncio do início das obras foi feito pelo governador Helder Barbalho e pelo vice, Lúcio Vale, na manhã desta quarta-feira (17), durante a assinatura do contrato com a empresa vencedora do processo emergencial aberto na última semana. A construtora A.Gaspar S/A terá 180 dias para executar a obra, orçada em R$ 104 milhões. “Isto inclui um trabalho realizado em três turnos, ou seja, 24h por dia. É um prazo possível, mas desafiador”, disse Helder.



A nova ponte sobre o Moju será no modelo dito "estaiado" (veja o croqui abaixo). O trecho destruído da ponte utilizava o sistema de pilares convencionais, com vão central de 80 metros e vãos menores contendo 40 metros. Os estais serão utilizados apenas no trecho destruído, ou seja, nos 268 metros que desabaram, eliminando quatro estruturas de pilares que dificultavam a navegação na área. Segundo Pádua, optar por uma ponte do tipo estaiada é uma estratégia que, além de ser a solução mais viável para ser executada no prazo estabelecido, levou em consideração a segurança da navegação no Rio Moju.



“O aumento da largura do canal de navegabilidade foi uma condicionante importante para a nossa escolha. Saímos de quatro canais de 70 metros para dois de 124 metros. Isso nos dará mais tranquilidade e fluidez no tráfego náutico no local, fora que não diminuímos a altura da navegação. É uma avanço na nossa engenharia. Temos o desafio longo para concluir no prazo. A empresa já está mobilizada. Temos mais de 20 engenheiros, consultores e fiscais acompanhando isso tudo”, pontuou.

Helder tratou de envolver o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), Ministério Público de Contas do Estado (MPCE) e Tribunal de Contas do Pará (TCE), no processo de escolha da empresa e na fiscalização da execução dos serviços desde a contratação. 

O grupo de trabalho formado procurou 20 empresas que notoriamente reúnem capacidade técnica para executar o serviço. Recebeu 6 propostas e selecionou a empresa A.Gaspar S/A. "À empresa vencedora eu deixo um recado: espero que não tenhamos surpresas negativas com o não cumprimento do prazo. Estamos assegurando que não faltarão recursos necessários. O Estado está focado nessas ações”, ressaltou Helder Barbalho. 



Câmeras de segurança nos canteiros de obra permitirão que as imagens do local possam ser acessadas, em tempo real, pelos técnicos dos órgãos envolvidos e pela população. “Nós queremos poder acompanhar o andamento dos serviços de perto. A Prodepa vai ajudar com isso, a polícia, por meio do Centro Integrado de Operações (Ciop), também poderá colaborar. A ideia é ter a contagem de tempo e dia para a entrega dessas obras, que não podem atrasar”, reafirmou Helder.

Enquanto trabalha no sentido de iniciar o mais rápido possível os serviços de reconstrução da ponte, o Governo do Estado também trata de apurar as responsabilidades. Por conta disso, a Procuradoria Geral do Estado (PGE) ajuizou ação reparatória de dano, já no dia 9 deste mês. A PGE conseguiu bloquear mais de R$ 180 milhões nas contas das seis empresas que, de uma forma ou outra, concorreram para a ocorrência do desaste.



Mesmo a urgência com que o governo do Pará vem atuando não é capaz de amenizar de forma sensível o caos que se tornou uma viagem entre Marabá e Belém. O tempo para percorrer os 500 km, que separam as duas cidades, mais que dobrou e o custo disso pode começar a ser repassado para o preço dos produtos, dentro de alguns dias.

Segundo a Secretaria de Transporte, atualmente, 13 balsas operam no transbordo entre Belém e Arapari, um aumento de 11 embarcações. Também foram ampliados os serviços de embarque e desembarque de passageiros e cargas, com dois portos funcionando na avenida Bernardo Sayão, no bairro do Guamá, e um em Icoaraci. Nos próximos dias, por meio de uma parceria com a Aeronáutica, também será colocado à disposição o Porto do Comara, na rodovia Arthur Bernardes, também na capital.

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