Ao assumir o governo do Pará, Helder Barbalho garantiu que, na área da Educação, trabalharia para recuperar a infraestrutura, sucateada pelo governo Jatene. Inclusive, Helder esteve reunido com o presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Fábio de Barros Filho, na sede do Ministério da Educação (foto), nesta segunda-feira (4), para discutir assuntos referentes a este problema.
Porém, Helder quer ir além e implantar algo diferente no que diz respeito à gestão da Educação no Pará. Trata-se de descentralizar a gestão escolar, dando mais autonomia às Unidades Regionais de Educação (URE) e escolhendo seus diretores através de processo seletivo, fugindo das indicações políticas que desde sempre marcaram as nomeações de diretores das URE.
Desta vez, os candidatos à direção das URE estão passando por um crivo composto por seis etapas. Precisam detalhar seu perfil, demonstrar conhecimento sobre gestão educacional, descrever sua trajetória na Educação, comprovar sua formação e titulação, além de defender um projeto de gestão educacional para a região em que estão concorrendo. Caberá à secretária de Estado de Educação, Leila Freire, formatar a lista tríplice que será encaminhada ao Governador do Estado.
Todo este processo deverá ser concluído até a sexta-feira, 15 de fevereiro, uma vez que na segunda-feira (18), segundo o calendário escolar elaborado pela Seduc, começa o ano letivo na rede pública do Estado.
A mudança em relação à forma de seleção dos diretores das URE está alinhada à autonomia defendida por Helder e Leila, que pode impactar não apenas na gestão dos recursos humanos e financeiros destinados à Educação, mas terá reflexos na própria qualidade do ensino médio no Pará.
Com currículos que tomem como referência a chamada Base Nacional Comum Curricular (BNCC), mas que respeitem as diferenças e características regionais do Pará, a gestão autônoma pode significar um salto qualitativo na Educação do Pará, que amarga péssimos índices de qualidade e eficiência.
Tomando como exemplo a 4ª URE, o professor Adenilson Godinho (na foto abaixo), Coordenador de Educação da Secretaria de Estado de Governo do Sul e Sudeste do Pará, em entrevista ao site, demonstra o tamanho do desafio. "Do ponto de vista territorial, 4ª URE, com sede em Marabá, é muito grande. Está presente em 13 municípios. Vai de Abel Figueiredo e Bom Jesus do Tocantins até Palestina do Pará e Piçarra, por exemplo. Itupiranga, Jacundá, São João, São Geraldo, São Domingos, Rondon do Pará e Nova Ipixuna completam a lista", explica Godinho.
Por outro lado, o Estado possui 21 escolas de nível médio - quase todas compartilhando espaços com a rede municipal de ensino - atendendo 30 mil alunos. Para que toda esta estrutura consiga funcionar são necessários nada menos que 2 mil servidores, entre professores, técnicos e pessoal de apoio.
Isso tudo somado já coloca uma enorme pressão sobre quem for dirigir a 4ª URE e justifica que a escolha esteja sendo feita com base da qualificação acadêmica dos candidatos a gestor, mas o grande desafio do futuro diretor de URE é de fato conseguir utilizar a autonomia acad^}emica e administrativa que será concedida como alavanca para melhorar a qualidade do ensino público. E não apenas no ensino médio regular.
Além da modalidade de Ensino Regular, a 4ª URE precisa dar atenção e mostrar resultados positivos no Ensino de Tempo Integral, Educação de Jovens e Adultos, Educação Especial, Mundiar, Educação Indígena e Sistema Modular de Ensino (SOME). Cada uma dessas modalidades de ensino comporta seus próprios desafios e caberá ao gestor responder às demandas decorrentes deles.
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