A baleia jubarte encontrada em área de mangue na praia do Araruna, litoral do município de Soure, na ilha do Marajó, está sendo necropsiada. A nota da Secretaria Municipal de Saúde, Saneamento e Meio Ambiente (Semma) divulgada neste domingo (24), informa que uma equipe colhe material para explicar o que causou sua morte e investiga como o animal chegou até o manguezal, tão longe do oceano. Treze biólogos da ONG Bicho D’água, sediada em Soure, e do Museu Emílio Goeldi, de Belém, trabalham em conjunto para esclarecer esse evento raro.
O corpo do animal, que encontra-se em uma área de difícil acesso, não terá como ser removido. “É muito complicado chegar até lá e não há como enviarmos uma escavadeira, porque ela não passaria pelo caminho. Não tem como remover. Para chegar até lá, precisamos atravessar um igarapé”, explica Dirlene Silva, secretária de meio ambiente do município, ouvida pela reportagem do portal G1.
No sábado (23), foram colhidas partes da baleia para fazer a necropsia. As partes removidas serão enviadas para laboratórios de Belém e do Rio de Janeiro para avaliar a causa da morte do animal que, quando foi encontrado na sexta-feira (22), já estava em estado de decomposição. “Acreditamos que ele já estava morto há 3 ou 4 dias quando o achamos. A depender da necessidade, esse material coletado poderá até ser enviado para fora do país”, diz Dirlene.
“A maré alta deste domingo inviabilizou a continuidade da pesquisa de campo. Mas, iremos retomá-la. Como trata-se de um animal muito grande, é possível que a gente tenha que enterrar parte da carcaça. Vamos tirar a carne, a pele e queremos preservar a estrutura óssea para estudos. Devemos trazer essa estrutura que deve ficar em um museu, de preferência em Soure mesmo”, completou Dirlene, por isso as autoridades pedem aos moradores que não retirem ossos da baleia.
Os pesquisadores acreditam que o animal deve ter encontrado uma forte corrente marítima causadas pelas 'super-marés' que aconteceram no Atlântico nos últimos dias. Ele pode ter ficado desorientado e acabou indo ao norte, quando deveria ter ido para o sul. No Atlântico Sul, as jubartes possuem uma rota conhecida que vai da Antártida até próximo ao trópico. Elas se alimentam próximo ao Polo Sul e, depois, sobem em direção ao norte, para reprodução. No Brasil, os avistamentos são comuns até a costa do Piauí. Apesar de raro, o aparecimento de jubartes ao norte do país não é inédito. Em 2018, uma baleia acabou encalhada nas prais do Amapá.
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