O Diretor-Presidente da Mineradora Vale, Fábio Schvartsman, divulgou na tarde desta sexta-feira (25), um vídeo no qual se manifesta sobre a ruptura de três barragens de retenção de resíduos, na Mina do Feijão, em Brumadinho (MG).
Schvartsman disse não ter palavras para descrever o "sofrimento e a enorme tristeza" com o ocorrido. Para ele, o desastre é "algo além e acima de qualquer coisa que pudesse imaginar". Externou solidariedade à comunidade atingida e garantiu, sem detalhar, que "a Vale fará o que for possível e o impossível para ajudar os moradores e funcionários alcançados pelo desastre.
O presidente da mineradora também fez a defesa da empresa. "A Vale é uma empresa séria e fez um esforço tremendo para deixar as barragens na melhor condição possível", disse Schvartsman. Segundo ele, especialmente depois do desastre de Mariana, ocorrido em 2015, a Vale usou toda a tecnologia para garantir a estabilidade das barragens. "É uma lista infindável de ações que foram tomadas", garantiu.
Schvartsman encerrou seu pronunciamento pedindo desculpas aos atingidos e à sociedade, apesar de reconhecer que o desastre é algo "indesculpável". O presidente da Vale garantiu que a companhia não medirá esforços para "enfrentar esta questão da forma como ela deve ser enfrentada.
A Lama Avança
Relatos do final da tarde de hoje dão conta que parte dos resíduos já chegaram ao leito do rio Paraopeba, que corre próximo à Barragem Número 1. A esperança dos moradores da região é que, como o rio está com um volume muito baixo de água em seu leito, devido à estiagem, a lama não extravase para além das margens.
Mesmo assim, moradores de cidades cortadas ao Paraopeba, como Betim, por exemplo, estão sendo orientadas a deixar suas casas. Ao todo, as três barragens comportavam 12 milhões de metros cúbicos de resíduos, cerca de 25% do volume da barragem do Fundão, em Mariana, que ao romper em 2015 causou o maior desastre ambiental do Brasil. A barragem era da Samarco, uma empresa controlada pela Vale. Naquela ocasião, os resíduos chegaram a se espalhar por quase 700 quilômetros.
Equipes do Corpo de Bombeiros e da própria Vale trabalham na busca e salvamento de pessoas alcançadas pela lama das três barragens que romperam. São cerca de 60 socorristas e 6 aeronaves que trabalham sem parar.
Uma primeira estimativa do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais cogita que em torno de 200 pessoas estão desaparecidas. A lama alcançou a área administrativa da mina do Feijão, onde mais de 60 pessoas trabalhavam no momento da tragédia. Até agora, duas mulheres feridas foram resgatadas e levadas para um dos hospitais da região.
Veja o vídeo a seguir.
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