3 de janeiro de 2019

Para Ítalo Ipojucan, com Helder, há luzes no túnel que leva ao desenvolvimento regional



A posse do governador Helder Barbalho nesta terça-feira (1º), foi marcada por fortes simbolismos. Depois de quase 25 anos de domínio tucano no Estado do Pará - interrompido apenas pelos quatro anos sob o governo de Ana Júlia Carepa (PT) - a posse de Helder marcou a volta do MDB ao comando do Estado e justamente com alguém que carrega um sobrenome dos mais tradicionais e controversos da política paraense. Desde 1992, um Barbalho não ocupava o mais alto cargo do Estado.

Helder, mesmo na campanha de 2014 - quando foi derrotado por Jatene - fazia um discurso falando sempre em integração das diversas regiões do Pará. Nestas eleições, o tema ganhou ainda mais destaque nas intervenções de Helder. A ideia de "governo presente" que permeou a campanha remete à necessidade do Governo do Estado se fazer notar neste estado de enormes dimensões. E para deixar ainda mais marcada essa vocação integracionista, Helder resolveu tomar posse em Belém, Marabá e Santarém, as três cidades mais importantes do Pará.

Claro que nem só de simbolismos e de gestos midiáticos se faz integração regional. Será preciso que medidas concretas sejam tomadas pelo governador e, a bem da verdade, desde a escolha de seu secretariado Helder vem procurando prestigiar as regiões de Carajás e Tapajós. Pelo menos nove de seus colaboradores diretos possuem vínculos com uma das duas regiões. Quatro deles construíram suas carreiras com fortes laços com Marabá.

A disposição de Helder em trilhar um novo caminho foi notado por uma das mais importantes lideranças da região. Ítalo Ipojucan, com a experiência de três mandatos à frente da Associação Comercial e Industrial de Marabá e uma longa folha de serviços prestados a favor do desenvolvimento do Sul do Pará, em texto publicado em uma rede social, mostra que há boas expectativas rondando a região.

Para Ítalo, foi muito positiva a abordagem feita pelo governador sobre os desafios ao desenvolvimento da região. Ítalo lembra que Helder "destacou a imperativa necessidade de diversificar a base produtiva, estimulando novos cenários com a verticalização da produção em ambientes como a mineração e agronegócio, por exemplo."

Segundo Ítalo, Helder demonstrou "foco em perseguir soluções logísticas para o estado, como viabilização de hidrovias e interligação ferroviária, ajustando pontos de ligação dentro do estado ao porto e à rede nacional."

Ítalo refere ainda que estes pontos têm sido sua preocupação constante. "Muitos foram os artigos aqui publicados, em que narrei incessantemente a vocação regional e as possibilidades de diversificar, agregando valores outros na cadeia produtiva."

"Em modelos de exploração mineral como o estabelecido na região Sul e Sudeste do Estado, bem se aplica o termo “diversificar para sobreviver”; uma expressão usada por Paulo Haddad, consultor de gestão e de planejamento estratégico para grandes empresas, definindo assim seu grau de importância para as regiões e municípios mineradores", complementa Ítalo.

O ex-presidente da Acim coloca o dedo na ferida quando afirma, sem rodeios, que "a exploração mineral é importante para o País e para o Estado, entretanto, o modelo implementado no Pará nos últimos 30 anos carece de correções. Ele pode, em sintonia com a poder público e a sociedade, ser o indutor de um movimento de transformação econômica e social mais equilibrada, sustentável e justa."

Ítalo lembra que, desde 2010 existe um estudo que identificou na indústria metal-mecânica potencial capaz de criar um ambiente de desenvolvimento que envolveria Marabá, Ourilândia, Tucumã, Canaã dos Carajás, Parauapebas, Curionópolis e Tucuruí, através da implantação da indústria siderúrgica de base. Segundo Ítalo, apesar da iniciativa não ter sido levada adiante, nada está perdido e "ainda é tempo de realinhar o rumo nessa direção".

Mas, segundo Ítalo nem só de minério viverá o desenvolvimento do Pará. "A mais nova fronteira agrícola se descortina pelas regiões do Sul/Sudeste do Pará. São números que crescem a cada safra, tanto em área plantada como em volume de grãos. Esse é outro movimento que se consolida rapidamente", afirma.

"É imprescindível um acurado olhar governamental no acompanhamento desse movimento, induzindo o modelo dentro das boas práticas de sustentabilidade, capturando as oportunidades de atração de novos negócios e transformando cenários", indica Ítalo.

A conclusão de Ítalo é a síntese entre realismo, característica de um empreendedor, e otimismo, a marca de um desenvolvimentista. "Entendo e reconheço as dificuldades de um governante frente aos desafios deste Estado. A forma com que o governador fez alusão à sua disposição de enfrenta-los, foi determinante para entender que existe um agente de mudança ativo nos embates exigidos pelo Pará. Renova expectativa, instala e acende luzes ao longo do túnel", finaliza.

Que assim seja.

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