9 de janeiro de 2019

Nomeações para cargos no Governo do Pará expõem disputa por espaço entre novos deputados marabaenses



Feitas as principais nomeações para o primeiro escalão do governo do Estado (ainda restam algumas autarquias e fundações sem titulares), começam as disputas pelos espaços nos segundo e terceiro escalão. E a luta está sendo intensa nos bastidores. Até aqui, o deputado estadual Chamonzinho (na foto acima) vem emplacando algumas indicações consideradas estratégicas. A primeira demonstração de força veio quando João Chamon Neto (na foto abaixo), atualmente deputado estadual e pai de Chamonzinho, foi escolhido para a Secretaria de Estado de Governo do Sudeste do Pará, um cargo que muitos entendem que será vitaminado no governo de Helder.



Além disso, Chamonzinho também seria o responsável pela nomeação para Diretor-Geral da Agência de Regulação e Controle de Serviços Públicos (Arcon), de Eurípedes Reis, o Tota, ex-vereador de Eldorado do Carajás.

Na área da Segurança Pública, fala-se que as escolhas para os comandos das Polícias Civil e Militar na região teriam passado pela mediação de Chamonzinho. Apesar de afirmar que as escolhas seguiram critérios técnicos, seriam dele as indicações do novo Delegado-Superintendente de Polícia Civil do Sudeste do Pará e do novo Comandante do 4º BPM.

A escolha do jovem delegado para chefiar uma das mais conflituosas superintendências do Estado e do Tenente-Coronel Dayvid Sarah Lima para o comando do 4° BPM acabou motivando críticas contundentes do vice-prefeito de Marabá e deputado estadual eleito Toni Cunha (na foto abaixo).



Em uma rede social, Toni Cunha escreveu que "supostamente", os novos comandantes da PM e da Polícia Civil no sudeste do Pará "possuem padrinhos políticos em nível regional". Toni afirma não conhecer nenhum dos indicados e que "talvez sejam excelentes profissionais". Mas, considera um "enorme retrocesso" que as polícias sofram "algum tipo de interferência, que não seja técnica e interna".

Segundo Cunha, "apadrinhamentos nesse nível representam desserviço ao que se espera das polícias, que devem ser obedientes apenas à lei e, em aspectos técnicos e de políticas de segurança pública, a seus superiores hierárquicos que estão no Poder Executivo". (Leia a íntegra da postagem  de Cunha no final do artigo).

Apesar de colher algumas críticas de internautas - Toni foi lembrado que fez o mesmo quando indicou alguns de seus correligionários para cargos importantes na Prefeitura de Marabá na gestão de Tião Miranda - no geral, houve boa recepção ao repto de Cunha.

Mas, as críticas de Cunha soaram um pouco estranhas porque, segundo duas fontes ouvidas pelo site, o deputado recém-eleito prepara-se para integrar a base de apoio de Helder na Assembleia Legislativa a partir de fevereiro. Inclusive estariam na mira de Toni a direção da 4ª URE e a Estação Cidadania de Marabá, órgão ligado à Secretaria de Estado da Administração que reúne diversos serviços como emissão de Carteira de Trabalho e Identidade Civil, além de agendar atendimentos para serviços prestados pelo TRE e Polícia Federal.

No jornal Correio desta terça-feira (8), uma nota (veja imagem ao lado), fez a "crítica à crítica" de Cunha. Segundo o veículo de imprensa marabaense, não houve ingerência política e o deputado contestou as indicações "sem saber os reais critério (sic) das nomeações". O Correio foi além e considerou "estranho" que Toni Cunha critique as nomeações enquanto se esforça fazer indicações ao novo governo.

Sobre o assunto, o site entrou em contato com o deputado estadual e futuro Secretário de Estado de Governo do Sudeste do Pará, João Chamon Neto. Com cortesia, mas de forma sucinta, Chamon negou que exista um clima de disputa por cargos. Afirmou que no episódio, houve apenas "um pequeno mal entendido, natural no momento" e garantiu que Chamonzinho, Dirceu e Tony estão "unidos por Marabá" e que estarão "unidos ao governador Helder nas tratativas em favor de nossa Marabá e nossa região", que Chamon considera "extremamente estratégica para nosso Estado".

É possível que esta queda-de-braço ainda tenha desdobramentos. Como Helder decidiu exonerar cerca de dois e quinhentos servidores comissionados, é certo que ainda haverá muitos rounds para serem disputados entre todas as lideranças helderistas, tanto as já estabelecidas, quanto as chegantes.

Falando em Helder Barbalho, o governador parece tranquilo, pelo menos por enquanto. Suas decisões estão sendo bem recebidas pela população que parece gostar do dinamismo que imprime em seus atos, um contraste acentuado com a pasmaceira que assolou a reta final do governo anterior.

Sem ainda entrar em rota de colisão com as Organizações Maiorana, Helder tem frequentado os programas dos veículos de comunicação do maior grupo de mídia do estado, afiliado à Rede Globo e vem recebendo cobertura jornalística isenta até agora. Na segunda-feira (7), o governador esteve no JL1, da TV Liberal e na manhã desta quarta-feira (9), Helder esteve ao vivo na Globo News a partir das 7h30.

Não se sabe quanto tempo esta trégua irá durar, mas por ora Helder se dedica a isolar os tucanos paraenses, abrindo os braços para novos aliados, ainda que esteja desagradando alguns apoiadores mais antigos.

Veja a seguir a íntegra da crítica contundente de Toni Cunha.
 

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