10 de janeiro de 2019

Morte no HMI - Reunião na Câmara de Marabá expõe realidade do HMI



A morte de Simone Nascimento após dar à luz seu quinto filho no Hospital Materno Infantil (HMI) de Marabá, na sexta-feira (4), continua repercutindo e acabou por mobilizar a Comissão de Saúde da Câmara Municipal. Na manhã de terça-feira (8), os vereadores estiveram reunidos com representantes do HMI, Secretaria de Saúde, Conselho Municipal de Saúde e Conselho da Mulher.

Como forma de demonstrar a importância do assunto, a reunião foi conduzida pelo presidente da Câmara, vereador Pedrinho Corrêa, acompanhado pelo vice-presidente Ilker Moraes, demais membros da Mesa Diretora e pelos vereadores que integram a Comissão de Saúde do Poder Legislativo.

O diretor-técnico do HMI, dr. Fábio Costa, voltou a dar as mesmas explicações já divulgadas sobre o que causou a morte de Simone e quais os procedimentos tomados pela equipe médica. Segundo ele, tudo esteve dentro do que é preconizado pelos melhores protocolos médicos que tratam do assunto e houve as devidas anotações no prontuário da paciente.

Os vereadores ouviram que o HMI funciona com 50 leitos, sendo 6 UCI (Unidades de Cuidados Intensivos). Atende pacientes de 18 municípios, muitas delas sem regulação prévia em casos considerados de média e alta complexidade. São realizados em média 600 partos por mês, além de outros procedimentos. Das mulheres consultadas no HMI apenas 40% delas é de Marabá.

É Preciso Avançar


Ouviram também que, apesar dos avanços nos últimos anos, há muito a fazer.

Dr. Charles Alves, um dos mais conceituados obstetras de Marabá e região, mostrou que o HMI enfrenta problemas que se arrastam há vários governos, sem que seja dada qualquer solução. Charles mostrou que faltam mais pediatras e mais leitos principalmente de UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

Segundo Charles, falta também mais empenho das autoridades em apoiar e melhorar o atendimento no HMI. “Alguns só aparecem lá quando acontecem essas merdas, como agora. Não vão nos visitar no dia a dia”, criticou.

Charles lembrou que no mesmo dia em que Simone veio a óbito, outra paciente quase morreu. Ela estava em situação grave, com crise convulsiva e não havia UTI disponível no Hospital Regional do Sudeste. “Quase sempre o Regional não tem vaga, e até mesmo na UCE do Hospital Municipal a gente fica sem assistência, por falta de vaga. Conseguimos estabilizar o quadro dessa paciente, mas o que é divulgado é a morte, não a luta pela vida”.

Ouvida pelo site, uma enfermeira de larga experiência avalia que a equipe do HMI é realmente pequena diante da demanda e precisa ser rejuvenescida. "A humanização no atendimento implica em ouvir, conversar, compreender cada paciente e isso demanda tempo. Um atendimento humanizado não pode ser rápido. Como fazer isso, quando você tem uma fila com mais de trinta pacientes para atender em uma manhã?".

Geraldo Barroso, diretor do 11º Centro Regional de Saúde da Sespa, com sede em Marabá, parece concordar. Disse que tem conhecimento do volume de serviços realizado pela equipe do HMI e reconhece que o trabalho realizado merece elogios.

Repactuação Com Vizinhos


Sobre a demanda enviada pelos municípios vizinhos, lembrou que há pactuação de Marabá com todos eles e que no ano passado realizou três reuniões para resolver esse dilema. “É preciso organizar a gestão municipal nos demais municípios, e o que Marabá recebe hoje para atender pacientes que vêm de fora não paga a despesa. Está na hora, então, de repactuar nos fóruns de negociação, que ocorrem todos os meses entre os gestores de saúde dos 17 municípios da região”, disse.

Ficou claro também que é preciso transferir para as Unidades Básicas de Saúde as consultas de rotina e casos mais simples. Isso desafogaria o HMI e permitiria investir mais na humanização do atendimento.

Os vereadores passaram a debater o assunto e apresentaram propostas.

Clique neste link e veja o que eles disseram.

(Editado pelo site, com informações da Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal de Marabá)

Nenhum comentário:

Postar um comentário