As recentes chuvas que castigam há dias a região vêm causando transtornos em diversas cidades. Em algumas delas, como Redenção, por exemplo, já houve até desabrigados e desalojados por conta das tempestades. Mas, em outras cidades o drama é um pouco diferente. Em Parauapebas, as chuvas causaram atoleiros e estão tornando a vida dos moradores dos bairros periféricos ainda pior. E alguns resolveram protestar.
A situação é mais crítica em bairros como o Jardim Tropical, um amplo conjunto popular dividido em duas etapas, notoriamente ocupado por pessoas mais carentes e com pouca infraestrutura. A desordem na ocupação espacial é grande na área.
Somente em 2017, já na gestão do atual prefeito Darci Lermen, foi regulamentado o comércio na área. Antes disso estabelecimentos comerciais funcionavam sem qualquer fiscalização ou controle.
A questão do abastecimento de água também costuma ser um problema sério no chamado "complexo Tropical", formado pelos bairros Tropical I e II. A escassez de água é tão grande que os moradores pediam a inclusão, na relação de obras prioritárias, da construção de uma Estação de Captação de Água para atender aos dois bairros e ao bairro Vale do Sol.
Pleitos referentes à saúde, segurança (ou a falta dela) e transporte público costumam integrar as pautas de reivindicações que as associações de moradores desses bairros levam às autoridades municipais recorrentemente.
Algumas intervenções já foram pela Prefeitura, mas, basta passear pelas ruas dos bairros para ver que ainda falta muito investimento para tornar aceitável as condições de vida dos moradores naquela área.
Na noite desta terça-feira (11), alguns moradores deram vazão à revolta e fizeram o que sempre os movimentos sociais fazem quando querem ser ouvidos pelos poderes públicos. Queimaram pneus, interditaram a avenida das Castanheiras, uma das principais vias de acesso aos bairros, xingaram prefeito e vereadores.
Políticos costumam ficar ressentidos quando alvos de protestos. Mas, não deveriam. Protestos por melhorias na infraestrutura urbana das cidades nem sempre são orquestrações oportunistas da "oposição". Na maioria das vezes, são pedidos de ajuda endereçados àqueles que, através do voto, assumiram a responsabilidade de prover condições dignas de vida para a população, em especial, à parcela mais carente.
Protestos são, assim, excelentes oportunidades para que a máquina pública, às vezes lenta demais diante das necessidades prementes dos cidadãos, entre em ação e deixe de ser um problema e passe a ser parte da solução. Espera-se que a Prefeitura de Parauapebas não perca esta oportunidade
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