Os caminhoneiros voltam a se agitar.
Depois que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, suspendeu a cobrança de multas contra empresas que não cumprem a tabela de frete, as lideranças dos caminhoneiros cogita realizar novos protestos.
Segundo a decisão de Fux, na prática, a política de tabelamento de fretes está suspensa até que o plenário do STF julgue o mérito das Ações Diretas de Inconstitucionalidade que tramitam na Corte. Não há prazo para que esse julgamento venha a ocorrer.
Wallace Landin, um dos líderes dos caminhoneiros, disse ao jornal Folha de São Paulo, que uma paralisação da categoria não está descartada, mas que a decisão somente será tomada depois de uma reunião com a Advocacia-Geral da União (AGU). A reunião com Grace Mendonça está agendada para a tarde desta sexta-feira (7).
Apesar da posição das lideranças ser a favor de mais negociações, caminhoneiros já se mobilizam. Através de grupos no aplicativo de troca de mensagens WhatsApp, a categoria está sendo convocada para fazer manifestações já a partir da madrugada desta segunda-feira (10).
Alguns líderes sugerem uma paralisação por 24 horas antes de deflagrar a greve por tempo indeterminado.
A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) foi quem ingressou com o pedido de liminar para suspender as multas às empresas que não estão pagando os fretes segundo a tabela pactuada entre o Governo e os caminhoneiros.
O Ministério da Agricultura, consultado por Fux, confirmou que o tabelamento do frete cuasa "prejuízos" e gera "entraves" ao setor produtivo.
Bolsonaro tá com nós - Segundo o Wallace Landin, em conversa com o futuro ministro da Infraestrutura (que absorverá o Ministério dos Transportes), Tarcísio Freitas, o presidente eleito Jari Bolsonaro apóia as reivindicações da categoria.
A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (ABCAM), diz que a "situação está insustentável" e que está cada vez mais difícil "conter a categoria" e evitar a greve. A entidade, contudo, se diz contrária ao movimento paredista e aposta que ainda poderá haver diálogo.
Inicialmente, havia previsão de manifestações somente a partir de 22 janeiro de 2019. Esse calendário foi encurtado para o dia 10 de janeiro e agora, alguns setores sugerem que comece já a partir desta segunda (10). A decisão de Fux pode ter desencadeado um movimento que levará à paralisação do país às vésperas das festas de fim de ano.
Fragmentado, o movimento dos caminhoneiros é formado por inúmeras lideranças, algumas inclusive ligadas aos donos de empresas transportadoras que financiariam o movimento. Isso torna difícil tanto a repressão quanto a negociação com a categoria.
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