3 de novembro de 2012

Campos e Aécio afinam o discurso por novo pacto pederativo

Como já se disse aqui, Dilma preocupa-se bastante com a recente ascensão de Eduardo Campos. O governador de Pernambuco, pilotando o antes nanico PSB, bateu o PT em diversas cidades importantes, Em algumas delas - BH e Campinas, por exemplo - fez isso aliando-se ao PSDB de Aécio Neves, o candidato à presidência da República que restou ao tucanato para 2014. Aos poucos, Campos vai mostrando que é aliado de Dilma, mas só até, digamos, "a página quatro".
Além de reclamar da pequena participação do PSB no governo federal, Campos afina o discurso com Aécio e ambos miram certeiros na notória concentração de recursos nas mãos do Planalto. Qualquer um que tenha tido contato nos últimos 8 anos com orçamentos estaduais e municipais haverá de concordar com os dois.

As demandas explodem sobre as cabeças de governadores e prefeitos, mas os recursos seguem concentrados em Brasília, fruto da hipertrofia do sistema tributário nacional.
Ouvido pelo jornal O Estado de S.Paulo, Aécio disse que "os prefeitos eleitos devem aproveitar para comemorar muito suas vitórias e começar a se preocupar com o que vão receber. Porque há um processo de fragilização enorme dos municípios no Brasil. O governo federal tem sido muito pouco generoso com os municípios. As ações do governo são na linha da concentração. Essa certamente é uma das questões que subsidiam nossa proposta. Essa mobilização por um novo pacto federativo, a reforma da Federação, é essencial."
Campos tem dito que os repasses federais por meio do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) devem permitir não somente custeio dos municípios e Estados, mas investimentos em saúde, educação, mobilidade, habitação e segurança pública.
"Os municípios precisam das condições para realizar seu papel na estruturação das políticas públicas nas mais diversas áreas", disse o governador.
Deixando claro que poderá ser um aliado com perfil "reivindicatório", Campos afirmou ao Estadão que "a vitória eleitoral traz mais responsabilidade e é preciso usar a força política à disposição de boas causas".
Dilma deve começar a preocupar-se? Muito provavelmente sim. O discurso de Campos deixa claro que não teria problema algum em apresentar-se como "terceira via" ou aliado ao tucanato em 14. Além disso, as recentes notícias e notas envolvendo Campos e o PSDB parecem uma tentativa do socialista em valorizar seu passe. Um aliado capaz de tantas manobras deve preocupar qualquer um, Dilma inclusive.

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