12 de julho de 2012
MP/GO decide instaurar procedimento disciplinar contra Demóstenes
Procurador de carreira, o ex-senador goiano Demóstenes Torres não deverá ter vida fácil no seu retorno ao MP/GO. Demóstenes deverá enfrentar um procedimento disciplinar quando retornar ao cargo de Procurador do Ministério Público de Goiás, do qual estava licenciado desde 1999.
Em nota divulgada na tarde de ontem (11), a Corregedoria-Geral do Ministério Público informou que aguardava apenas a publicação da decisão do plenário no Diário do Senado para instaurar um procedimento disciplinar a fim de apurar se Demóstenes cometeu falta funcional. O procedimento não foi instaurado até então porque as acusações e suspeitas contra o ex-senador não atingiram sua atuação como membro do Ministério Público.Acusado de ter beneficiado a organização criminosa supostamente comandada pelo empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, Demóstenes teve o mandato cassado ontem (11) por quebra de decoro parlamentar. Ele só poderá voltar a disputar eleições em 2027. A decisão do plenário está publicada na edição desta quinta-feira do Diário do Senado.
A licença de Demóstenes perde o efeito tão logo a decisão do Senado seja publicada. Caso reassuma o cargo de procurador, Demóstenes voltará a atuar na 27ª Procuradoria de Justiça, onde receberá um salário de R$ 22 mil, sem considerar os benefícios do cargo de procurador.
Além disso, mantido o vínculo com o MP-GO, Demóstenes continuará detendo foro privilegiado por prerrogativa de função. Assim, o processo descerá do Supremo Tribunal Federal (STF) e deverá ser julgado pelo Tribunal de Justiça de Goiás. Já se ele for desligado do ministério antes do julgamento, o processo passará a tramitar em uma das varas da Justiça Federal em Goiás.
A Corregedoria Nacional do Conselho Nacional do Ministério Público também está apurando o suposto envolvimento do procurador-geral de Justiça de Goiás, Benedito Torres, com o grupo de Carlinhos Cachoeira. O procurador é irmão de Demóstenes.
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