27 de julho de 2012

Gilmar Mendes, FHC, Perillo e Veja receberam dinheiro do "valeiroduto tucano", diz revista


A edição desta semana de Carta Capital tem tudo para deixar o tucanato de penas eriçadíssimas. A matéria de capa do semanário tem ninguém menos que Gilmar Mendes, ministro e ex-presidente do STF, na impensável posição de um esquema comandado pelo empresário Marcos Valério.
No que seria o "pai do mensalão", Valério criou um propinoduto que desviava dinheiro público e arrecadava ilicitamente dinheiro privado, tudo para abastecer contas de campanhas tucanas.
Fernando Henrique Cardoso e Gilmar Mendes foram uns dos beneficiários do chamado "valerioduto tucano", que ocorreu durante a campanha de reeleição do então governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB), em 1998. Mas o esquema beneficiou personalidades do mundo político e do judiciário, além de empresas de comunicação, como a Editora Abril, que edita a revistaVeja.
Estão na lista os ex-senadores Artur Virgílio (PSDB-AM), Jorge Bornhausen (DEM-SC), Heráclito Fortes (DEM-PI) e Antero Paes de Barros (PSDB-MT), os senadores Delcídio Amaral (PT-MS) e José Agripino Maia (DEM-RN), o governador Marconi Perillo (PSDB-GO) e os ex-governadores Joaquim Roriz (PMDB) e José Roberto Arruda (ex-DEM), ambos do Distrito Federal, entre outros. Também aparecem figuras de ponta do processo de privatização dos anos FHC, como Elena Landau, Luiz Carlos Mendonça de Barros e José Pimenta da Veiga.
Os documentos, com declarações, planilhas de pagamento e recibos comprobatórios, foram entregues na véspera à Superintendência da Polícia Federal, em Minas Gerais. Estão todos com assinatura reconhecida em cartório do empresário Marcos Valério de Souza – que anos mais tarde apareceria como operador de esquema parecido envolvendo o PT, o suposto “mensalão”, que começa a ser julgado pelo STF no próximo dia 2. A papelada chegou às mãos da PF através do criminalista Dino Miraglia Filho – advogado da família da modelo Cristiana Aparecida Ferreira, que seria ligada ao esquema e foi assassinada em um flat de Belo Horizonte em agosto de 2000.
Segundo a revista, Fernando Henrique Cardoso, em parceria com o filho Paulo Henrique Cardoso, teria recebido R$ 573 mil do esquema. A editora Abril, quase R$ 50 mil e Gilmar Mendes, R$ 185 mil.

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