27 de março de 2012

DEM cogita expulsar Demóstenes. Senador goiano deve deixar liderança da legenda no Senado

Nesta segunda-feira, 26, um grupo de senadores cobrou que Demóstenes Torres, líder do DEM no Senado, dê explicações sobre sua relação próxima com o mafioso Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, líder da máfia dos caça-níqueis em Goiás, por mais de 17 anos e com inúmeras ramificações que incluem Maguito Vilela e Marconi Perillo, além de quase 70% das bancadas estadual e federal de Goiás. Cachoeira se encontra em prisão preventiva no presídio de segurança máxima de Mossoró (RN) e teve seu pedido de habeas corpus negado por unanimidade ontem. Demóstenes já se pronunciou no Senado a respeito da amizade, quando recebeu elogios pela sua atitude. No entanto, o tom dos senadores mudou após a divulgação de novas denúncias sobre o caso o envolvendo. Nesta terça-feira, 27, Demóstenes é aguardado no Senado para prestar esclarecimentos.Caso o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, peça a abertura de um inquérito para apurar a natureza do envolvimento do senador com o bicheiro, a cúpula do DEM deverá analisar qual medida tomar, sendo uma delas a saída de Demóstenes da legenda. De qualquer forma, Demóstenes deverá ser apeado da liderança da legenda no Senado. Nos últimos anos, justiça seja feita, o DEM não tem hesitado em cortar na própria carne e expulsar membros importantes pilhados em traquinagens.
As escutas telefônicas autorizadas pela Justiça revelaram que o senador manteve por um período de sete meses cerca de 300 diálogos com Cachoeira por meio de um aparelho da marca Nextel habilitado nos Estados Unidos. Carlinhos também presenteou Demóstenes em seu casamento com aparelhos domésticos importados, cujo valor estimado é superior a R$ 30 mil.
Devido a essas evidências, representantes do partido têm cobrado de Gurgel uma definição. O presidente do DEM, senador José Agripino (RN), disse ontem que tais medidas devem ser tomadas ainda nesta semana, devido à necessidade da causa. “A Procuradoria-Geral da República, neste momento, é a instituição chave para o esclarecimento dos fatos. É a figura mais importante. Ela tem as informações que precisam ser colocadas a público", afirmou. A expulsão de Demóstenes Torres já é cogitada, reservadamente, por integrantes da sigla, no caso de abertura de um inquérito por parte do procurador-geral da República. Agripino afirmou considerar cedo para falar em expulsão, porém admitiu que a abertura do inquérito vá complicar a situação de Demóstenes.
A Operação Monte Carlo revelou a proximidade de vários políticos goianos com Carlinhos Cachoeira, gerando a partir de então manifestações diversas, inclusive pela rede; como é caso das discussões travadas via Twitter pelos deputados federais por Goiás, Armando Vergílio (PSD) e Ronaldo Caiado (DEM). Na sexta-feira à noite Demóstenes Torres reagiu às denúncias, tendo alegado por meio do Twitter que provará sua inocência. (Com informações da Folha.com e de agências)

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