8 de fevereiro de 2012
Segue o impasse entre PM's e o Governo da Bahia. Mais de R$ 500 milhões em prejuízos estima comércio
A Agência Brasil informou que, depois do fracasso da reunião de negociação que pretendia dar fim à greve dos policiais militares da Bahia, ontem (7) à noite, ainda não há nova data para que governo e associações de policiais tentem um novo acordo. O impasse permanece na manhã de hoje (8), nono dia de greve.
O arcebispo de Salvador, Murilo Krieger, divulgou nota deixando a mediação das conversas entre governo e policiais. "Como mediador não me cabe falar dos resultados das negociações. O que posso assegurar é que não me alinhei com nenhuma dessas partes porque meu compromisso é com o povo da Bahia. A Bahia quer paz, a Bahia precisa de paz", disse o bispo.
Hoje pela manhã, a movimentação militar em torno da Assembleia Legislativa foi intensa. O efetivo do Exército foi aumentado em 500 homens, somando hoje 1,3 mil militares. Dois helicópteros do Exército fizeram vários rasantes, sobrevoando principalmente a área onde se concentram parentes dos policiais amotinados. Um dos helicópteros chegou a pousar no campo em frente ao prédio, onde há também barracas dos manifestantes.
A aulas continuam suspensas nas escolas públicas e privadas. Em alguns bairros, lojas de eletrodomésticos, alvo preferido dos saqueadores, estão fechadas. No bairro de Itapoã, área litorânea de Salvador, uma grande rede de lojas decidiu não abrir e outra concorrente preferiu abrir apenas meia-porta.
Desde a noite de ontem que circula o boato em torno da adesão dos oficiais baianos ao movimento grevista. Segundo a Associação dos Oficiais da Polícia Militar da Bahia (AOPMBA), cerca de 1.600 militares poderão se juntar ao movimento grevista iniciada na semana passada se o governo não voltar atrás nas suas decisões.
A determinação sobre a paralisação das atividades deve ser tomada nesta quinta-feira, em Salvador, durante assembleia extraordinária para ouvir os associados sobre a adesão ao movimento.
Segundo a AOPMBA, durante a reunião realizada na tarde de ontem, a proposta apresentada pelo governo do Estado não satisfez as aspirações da categoria e que a contraproposta das Associações, segundo a área sistêmica, não poderá ser atendida.
Entre outras reivindicações, os policiais pedem a não aplicação de sanções administrativa, disciplinar ou criminal, aos participantes do movimento grevista que não tenham sido flagrados praticando atos contrários à lei e garantia do cumprimento das prisões preventivas nas unidades prisionais do Estado, preferencialmente em presídio militar.
Há sete dias do início oficial do que é considerado o maior carnaval do mundo, empresários e lojistas de Salvador fazem forte pressão sobre o governo baiano para que ceda às reivindicações do movimento grevista e anistie os líderes da paralisação, apurou a reportagem do Estado.
Para os organizadores do Carnvaval, se a greve não terminar até a próxima sexta-feira, a logística dos circuitos dos trios elétricos, a montagem dos camarotes e a própria realização da festa serão comprometidos.
Parte dos comerciantes da cidade estudam entrar com ações isoladas em várias instâncias da Justiça contra o governo do Estado como forma de pressionar o governador Jaques Wagner (PT) a ceder.
Em reunião hoje pela manhã, membros do comitê organizador do Carnaval e dirigentes lojistas da cidade estimaram em R$ 500 milhões os prejuízos até agora. Centenas de reservas em hotéis já foram canceladas e lojas em vários pontos da cidade funcionam com portas semi-abertas.
Na noite de terça-feira (7), dia em que tradicionalmente o Olodum se apresenta no Pelourinho, um dos principais destinos turísticos da cidade, o lugar ficou vazio. Com a apresentação cancelada, poucos homens do Exército, alguns estrangeiros e muitos usuários de droga circulavam pela região.
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