Em Goiás, Perillo fecha cerco aos professores em greve. Ponto será cortado e alunos menores não devem ser liberados para manifestações

Fecha-se o cerco contra a greve dos professores do Estado de Goiás. A paralisação segue sem definição aparente. O governador Marconi Perillo já informou que, como a greve foi considerada ilegal pela Justiça, só negocia depois que o movimento for interrompido. Os professores alegam que o secretário de Educação prestou informação falsa ao Tribunal de Justiça do Estado de Goiás e o induziu ao erro. A direção dos professores não cogita permitir a retomada das aulas.
Para pressionar ainda mais os professores, um ofício assinado pelo procurador-geral do Estado, Ronald Christian Alves Bicca, e encaminhado à Secretaria de Estado da Educação determina que, em função da decisão do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) que considerou ilegal a paralisação proposta pelo sindicato, deverá ser cortado o ponto dos profissionais que faltarem às aulas, com impacto direto já na folha do mês de fevereiro. Neste caso, leva-se em conta o dia em que o sindicato foi notificado pelo tribunal: 5 de fevereiro. O mesmo ofício diz que “as faltas ocorridas em razão da greve deverão ser consideradas como falta ao serviço para todos os fins, inclusive para o disposto no Artigo 120 da Lei 3.909/2011".
Ainda segundo a Procuradoria-Geral do Estado, a reposição de aulas por parte dos professores que faltaram ao serviço nesta semana ocorrerá no mês de julho, e não mais aos sábados, conforme orientação expedida pelo Conselho Estadual da Educação e Ministério Público.
Promotoria - Também foi encaminhado à Seduc ofício assinado pela promotora de Justiça Simone Disconsi de Sá Campos, do Centro de Apoio Operacional da Educação do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO). No documento, a promotora recomenda à Secretaria que oriente às Subsecretarias Regionais a não liberarem, durante o horário de aula, estudantes menores de dezoito anos das escolas para participarem de manifestações a favor do movimento grevista deflagrado pelo sindicato, conforme determina o Artigo 227 da Constituição Federal e os artigos 5º e 17 da Lei nº 8069/90, ambos do Estatuto da Criança e Adolescente.

Com esta medida o Governo pretende retirar o apoio que setores do movimento estudantil estavam dando à greve dos docentes. Nesta semana os estudantes fizeram um "barulhaço" em frente ao Palácio Pedro Ludovico Teixeira em solidariedade aos professores grevistas e prometem mais agitação no centro da capital em apoio aos professores.