Apesar do discurso oficial dando conta de uma "redução drástica" da criminalidade no Pará, da mera leitura dos jornais não é isso que se depreende.
Nas regiões de Carajás e Tapajós, a situação é de total insegurança. Em Santarém, no Tapajós, ainda esta semana populares espancaram até a morte um homicida. Ele foi tirado de dentro do hospital onde recebia atendimento, diante de uma guarnição da Polícia Militar paraense, que nada fez para impedir o linchamento. A paciência da população, como se vê, está bem próxima do fim.
Em Belém, os assaltos com reféns seguem em monótona repetição.
Ontem (10) por mais de duas horas, uma família ficou refém nas mãos de quatro crianças de não mais que 12 anos, dentro de um veículo. Entre os menores infratores, uma menina comandava as negociações com a Polícia Militar. Entre as vítimas, um menino de quatro anos, desesperado ao ser separado da mãe quando foi liberado e que assistiu, de dentro de uma viatura, a seus pais na mira de um revólver de brinquedo. A ação dos adolescentes começou no canal da Três de Maio com a Pedro Miranda e teve fim na Diogo Moia, no bairro de Fátima, região próxima aos bairros mais nobres da capital paraense.
Depois de uma hora de negociação, exigindo água, colete à prova de balas, cigarros e a presença da imprensa, duas mulheres foram liberadas. Em seguida, a criança, que estava no colo da mãe no banco do passageiro, assustado e chorando, foi carregada várias vezes para o banco de trás com os adolescentes, até que eles exigiram que um de seus parentes pegassem o menino de dentro do carro.
Duas horas depois, um por um dos adolescentes desceu do veículo. A menina que dava as ordens foi a penúltima e exigiu uma viatura da Companhia Independente Especial de Polícia Assistencial (Ciepas), que esteve no local e os levou para a Divisão de Atendimento ao Adolescente (Data).
De acordo com o sargento João Luís da 10° ZPol, que ajudou nas negociações, uma testemunha avisou para o Centro Integrado de Operações (Ciop) que estava acontecendo um assalto com refém e, por acaso, uma viatura da PM cruzou com o carro e a ação foi percebida.
Ana Cristina Santos, uma das vítimas e mãe da criança, contou que o momento mais difícil foi se separar do filho. Ela disse ainda que os adolescentes ameaçavam todos eles de morte. “Eles bateram no vidro mostrando a arma e foram invadindo o carro, sentando no colo de quem estava atrás e dizendo sempre que iam matar a gente”. (Com informações e fotos do Diário do Pará)
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