29 de janeiro de 2012

Presidente da Colônia de Pescadores Z-30 alerta para risco de crise do setor na região de Marabá


A pesca predatória, praticada por tantos anos nos rios que banham Marabá, começa a cobrar seu preço. E a fatura é alta. O presidente da Colônia Z-30, Antônio “Bibi” Rodrigues Dias, lembra que das 26 espécies nativas dos rios do entorno de Marabá, apenas seis espécies continuam sendo exploradas comercialmente. O esforço de captura consegue alcançar pouco mais de 15 toneladas por mês. Muito pouco para suprir uma demanda crescente e que hoje passa de 40 toneladas.
A situação é tão grave que o repovoamento dos rios da região somente seria possível com a suspensão da pesca comercial por mais de seis anos. Situação parecida vive a região do Lago de Tucuruí. A captura intensiva fez minguar os cardumes e apenas um “defeso” (período no qual é vedada a pesca), de no mínimo dez anos seria capaz de reequilibrar o ecossistema daquela região.
Mas, medidas como essas esbarram na necessidade de sobrevivência de uma enorme quantidade de famílias que vivem exclusivamente da pesca. A alternativa é incentivar a produção em projetos de piscicultura, capazes de suprir a demanda e, no futuro, quem sabe, servir como item de exportação. “Apenas iniciativas como a implantação de projetos de criação em tanques-rede e tanques-terra, hoje incentivadas pela SEAGRI e Ministério da Aquicultura e Pesca, são capazes de garantir o abastecimento da região e a subsistência dos pescadores”, diz Bibi.
O presidente da Colônia Z-30 lembra que a legislação que rege a atividade pesqueira no País é rigorosa. São considerados pescadores (e, portanto, com direitos aos benefícios da legislação), apenas quem faz da pesca sua única fonte de renda. Por outro lado, os períodos de “defeso” começam a aumentar à medida que os órgãos de fiscalização percebem diminuições sensíveis nos cardumes. A combinação desses dois fatos reduz a renda das famílias e desestimula os pescadores.
Por isso é tão importante para os pescadores que técnicas como a criação em “tanque-rede” e em “tanque-terra” sejam disseminadas e se tornem acessíveis à categoria. Para muitos, sem o esforço governamental no sentido de facilitar o financiamento e a construção dos criatórios, seria impossível sobreviver da pesca.
Hoje (29), em sua sede, a Colônia reúne para discutir esses e outros problemas do setor.

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