26 de janeiro de 2012

Na questão dos refugiados haitianos, a xenofobia arreganha os dentes. Uma vergonha!


A questão da imigração de haitianos para o Brasil, antes de qualquer coisa, é uma crise humanitária com certo grau de ineditismo. Por óbvio que o protagonismo brasileiro no cenário mundial serve como atrativo para os imigrantes que buscam abrigo no País, fugindo das condições sub humanas que guerra civil e terremoto impuseram ao Haiti. Para nós, brasileiros, uma ótima oportunidade para olhar para além do próprio umbigo e assumir uma postura diferenciada em relação aos outros países ricos, que fazem da xenofobia uma prática constante e nociva e do fechamento de fronteiras uma política de repulsa ao estrangeiro.
Imaginem o que significa para esses haitianos o desterro a que se submetem! Ao imigrar ilegalmente rompem todas as amarras afetivas com o próprio país, empurrados pela miséria e atraídos pelo sonho de recomeçar em terra estrangeira e entregam-se às mãos dos odiosos "coiotes", traficantes de gente.
Não pode ser fácil, mesmo para aqueles que têm dinheiro e educação formal. Muito mais difícil o será para aqueles que nada têm além da força de trabalho.
E ressalte-se que grande parte dos haitianos tem formação escolar equivalente ao nosso ensino médio e muitos têm formação superior. Podem ser pobres, mas não vieram esmolar pelas ruas das cidades brasileiras. Não há porque temê-los, antes, cabe-nos estender a mão para ajudá-los. Façamos por eles aquilo que muitos países já fizeram e que hoje se negam a fazer.
Mas, infelizmente, a imbecilidade, a desinformação e o preconceito estúpido parecem querer contaminar essa questão.
Reproduzo a seguir um post de um blog hospedado no site D24am.com que, como vocês verão, segue na contramão de tudo aquilo que acredito. Uma pérola do preconceito chinfrim que por vezes nos assola. Um raciocínio tosco e perigoso. Enfim, uma vergonha!
A coisa fica ainda pior quando sabe-se que hoje o Ministério Público Federal (MPF) no Acre entrou com ação civil pública na Justiça Federal para que a União garanta os direitos humanos dos haitianos que chegam ao Brasil em busca de trabalho e condições dignas de sobrevivência. Para o autor da ação, procurador Anselmo Lopes, o país deve reconhecer a condição de refugiado a todos os haitianos que estão e venham a entrar em território brasileiro.
Na ação, o MPF entende que o Brasil vem atentando duplamente contra os direitos humanos dessas pessoas ao deixar de prestar-lhes assistência humanitária devida e ao dificultar o ingresso em território brasileiro. Para o procurador, a falta do reconhecimento de refúgio aos haitianos consistirá em nova violação de seus direitos e os colocará em situação de vulnerabilidade ainda maior, expondo-os a crimes típicos de exploração humana, como a prostituição, trabalho escravo e outros.
A seguir o link para a estrovenga.

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