As chuvas em Minas Gerais acabaram soterrando a autonomia do Ministro da Integração Nacional. A presidente Dilma Rousseff decidiu, na terça (3), passar o controle do Ministério da Integração Nacional para a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (foto ao lado). De acordo com o jornal O Globo, em reunião convocada às pressas, Dilma ordenou à Gleisi que todos os recursos destinados à prevenção de destrastres naturais só serão liberados com o aval da Casa Civil. Dilma ligou para Gleisi e determinou que ela interrompesse seu período de recesso de fim de ano e fosse à Brasília coordenar as ações de combate às enchentes junto com o ministro Fernando Bezerra Coelho (PSB), que segundo denúncia destinou 90% das verbas para Pernambuco, seu Estado.
Dilma, que está de férias na Bahia, orientou a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, a determinar uma radiografia na rubrica de verbas para a prevenção de enchentes. A intenção é evitar denúncias de favorecimento político. Por isso, as liberações serão submetidas à avaliação da Casa Civil.
A decisão mostra que a presidente não gostou das denúncias de que Fernando Bezerra estaria privilegiando seu Estado. A informação é baseada em um levantamento feito pela organização não-governamental (ONG) Contas Abertas com base em dados do Tesouro Nacional. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, dos gastos autorizados e pagos em 2011, Pernambuco recebeu R$ 25,5 milhões para a realização de duas obras, 14 vezes mais do que o segundo colocado, o Paraná, que sofreu com fortes chuvas que provocaram enxurradas e deslizamentos no ano passado. Para o Paraná, o ministério liberou R$ 1,8 milhão dos R$ 28,4 milhões pagos em obras autorizadas em 2011.
De acordo com o jornal Estado de Minas, Dilma conversou na manhã desta terça-feira com o governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), onde pelo menos 52 municípios estão em situação de emergência.
O telefonema da presidente ao governador tucano não foi o único sinal da disposição do Planalto de impor limites à prática já tradicional da distribuição paroquial das verbas antienchente, em que ministros privilegiam sua base eleitoral. No governo Lula, foi o ministro baiano Geddel Vieira Lima (PMDB) quem concentrou na Bahia a grande maioria dos e investimentos
Segundo o jornal, além de colocar os gastos da pasta do Ministério da Integração sob responsabilidade da Casa Civil, Dilma ordenou a adoção de critérios técnicos na distribuição de recursos da pasta para combate e prevenção de desastres naturais.
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