20 de janeiro de 2012

Cronograma da Vale prevê retomada de "Serra Azul" e adia ALPA para 2016


Reconhecendo os óbvios atrasos, a Vale divulga a partir do próximo mês de fevereiro o detalhamento das alterações realizadas em seu cronograma de investimentos para 2012, anunciado em novembro passado. Para este ano, entre aqueles projetos considerados prioritários pela companhia está o "Serra Azul", em Carajás. Virtualmente parado desde 2009, o empreendimento deverá ser retomado este ano e a previsão para o começo de suas operações é o primeiro semestre de 2016. Com potencial para 95 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, "Serra Azul" deverá garantir a permanência da companhia no topo entre as maiores mineradoras de ferro do mundo e é considerado o maior investimento mundial na extração de ferro.
Os analistas da Vale concordam que a China, que em 2011 cresceu cerca de 9,1%, deverá crescer menos em 2012 (estima-se algo em torno de 8,6%), mesmo assim continuará crescendo neste mesmo ritmo e de forma sustentável pelos próximos dez anos, puxando a economia mundial e, pelo menos por enquanto, mantendo afastado o risco de uma crise sistêmica mundial. Assim, o minério de ferro deverá sofrer certo aumento na demanda e a Vale pretende ter condições de atender às necessidades da China.
O detalhamento do cronograma deverá adiar para 2016 a previsão para o início das operações da Aços Laminados do Pará - ALPA, empreendimento considerado mais importante para Marabá e região.

O Projeto ALPA sempre esteve cercado por incertezas, desde a liberação das primeiras licenças, em outubro de 2010 pelo governo de Ana Júlia Carepa. As dúvidas apenas aumentaram com a eleição de Jatene naquele mesmo ano e durante 2011 cresceram exponencialmente. Na verdade, Jatene não demonstrou maior interesse pelo projeto e, em parte por conta do Plebiscito de dezembro passado, cozinhou em banho-maria até mesmo algumas medidas mitigadoras que deveriam acompanhar a implantação do projeto. Inicialmente as operações (alto forno, aciaria e laminação) da ALPA deveriam começar em 2013, foram adiadas para 2014 e agora deverão mesmo começar a operar apenas em 2016.
Em compensação a siderúrgica da Vale no Ceará segue a todo vapor e deve começar a operar em meados de 2015.
Mesmo assim, nada menos que 650 engenheiros e mais de 1.600 técnicos serão contratados pela Vale para atuar na ALPA e nos demais projetos da empresa em Carajás.
Grande parte desta mão-de-obra virá dos programas de formação e qualificação profissional da própria Vale. Para não perder o ritmo, a companhia  deverá oferecer cerca 3.500 vagas em seus cursos este ano, um incremento de 25% em relação ao número de vagas ofertadas em 2011.
De acordo com informações fornecidas pela assessoria de imprensa da empresa, em todo o mundo cerca de 7,1 mil profissionais serão admitidos pela Vale em 2012. Deste total, 4.500 vagas serão abertas no Brasil com o objetivo de sustentar seu plano de investimentos estimado em US$ 21,4 bi para este ano, cerca de 11% menor que a previsão para 2011 (dos US$ 24 bilhões previstos para o ano passado a Vale conseguiu realizar investimentos de cerca de US$ 19 bilhões).
Além dos cursos de formação e qualificação de profissionais, a Vale também deverá ampliar seus programas de aprendizes. Em abril e em setembro a mineradora receberá cerca de 1.700 jovens no Programa de Estágio mantido pela empresa.
Essas iniciativas são coordenadas pela Valer, uma diretoria da Vale dedicada à educação profissional, criada em 2003 e que desde então já formou mais de 80 mil profissionais para o mercado de trabalho.

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