"UPP não adianta se for só ocupação policial. Tem de botar ginásios de esporte, escolas, dar oportunidade. Como pode Cuba ter mais medalhas que a gente em Olimpíada? Se um filho de pobre fizesse prova do Enem com a mesma chance de um filho de rico, ele não ia para o tráfico. Ia para a faculdade”.
A afirmação que vai acima não foi feita por um político da oposição ou por um líder comunitário.
Acredite. Quem disse isso foi Antonio Francisco Lopes, o "Nem da Rocinha", em entrevista a repórter Ruth Aquino, do Estadão. A repórter esteve com o marginal poucos dias antes de Nem ser preso.
Durante a conversa Nem considera José Mariano Beltrame o "homem mais inteligente" que já viu e Lula é seu ídolo por ser "quem mais combateu o crime no Brasil".
Deu para entender?
Nem, o marginal, é na verdade, Nem, o ativista social.
Para ele, nada melhor que UPPs, não é?
Sabe como é, com a polícia na área, o tráfico se sente mais seguro. É só pagar o arrego e o "setor" não corre mais risco de ser invadido por outra "firma".
Seguindo a tradição, na ocupação da Rocinha, pelo menos até agora, apenas um preso. Mas, para todos os efeitos, a "libertação da Rocinha" foi um enorme sucesso.
Esta estratégia capenga foi a forma que Cabral e Beltrame, "o mais inteligente", encontraram de conseguir manchetes positivas no meio de uma guerra que, nitidamente, estão perdendo.
Se Nem da Rocinha apoia as UPPs alguma coisa de muito errado acontece no Rio de Janeiro. Pelas bandas de lá, o rabo, definitivamente, balança o cachorro.
Leia aqui a íntegra da matéria do Estadão.
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