Nem só com promessas e visitas faz-se um "governo itinerante". Faz-se com política também, ora pois. E neste aspecto Jatene não perdeu tempo.
Como Zenaldo Coutinho (aquele que é contra o Estado de Carajás), presidente do PSDB, não tem "passaporte" para sair de Belém, Jatene fez-lhe as vezes e reuniu-se para colóquios reservados com diversos prefeitos e pré-candidatos a prefeito da região de Carajás.
Um dos que tiveram o prazer de dois dedos de prosa com o governador foi Maurino Magalhães. Não deve ter gostado muito do que ouviu. Reminiscências de um passado não muito distante vieram à tona e Maurino foi lembrado que Jatene tem memória comprida e não esqueceu que o prefeito pôs-se a tiracolo de Ana Júlia e causou a derrota do atual governador em Marabá.
Jatene lhe disse que as ações do governo estadual seguirão dentro da institucionalidade. Isso, traduzindo o "politiquês" para o português quer dizer que Maurino não será o candidato de Jatene em Marabá e que Tião Miranda deverá manter sua enorme influência quando o assunto for a sucessão municipal em Marabá e nos demais municípios do entorno.
Assim, dificilmente Marabá terá prioridade nos programas e convênios futuros a menos que venham pelas mãos de Tião. Jatene sempre poderá alegar que outros municípios mais carentes (e com prefeitos mais palatáveis ao governador) precisam ser atendidos. Passando o devido recibo, quem esteve na reunião havida na "Fazendinha" ouviu Maurino pedir asfalto e afirmar o "não quero o dinheiro, quero a obra", comprometendo-se em seguida em "botar placa" nominando quem patrocinou o feito.
Outra liderança recebida por Jatene foi Valmir Mariano, o "Valmir da Integral". O pré-candidato do PDT à prefeito de Parauapebas foi sondado sobre uma possível filiação ao PSDB. Neste caso Zé Rinaldo, atual presidente municipal do partido em Parauapebas abriria mão de sua candidatura e outros partidos seriam buscados para engrossar o caldo. Foi até mesmo sugerido como segunda opção a Valmir que assumisse o PSD, partido satélite do PSDB que está nas mãos de Sérgio Leão, super-secretário de Jatene. Valmir argumentou que não poderia deixar o PDT uma vez que é primeiro suplente da legenda e teme as consequências jurídicas. Valmir foi alertado sem rodeios que o Palácio dos Despachos monitora com atenção Parauapebas e sabe que apenas com a unificação da oposição será possível derrotar o PT. E, resumidamente, Valmir foi avisado que não será o candidato do governador, salvo se conseguir unificar a oposição ou pelo menos grande parte dela, algo que não está no horizonte provável neste momento.
Para alguns, entretanto, foi negado o inenarrável prazer de ter "um particularzinho" com Jatene. Uma pequena tropa formada por cerca de dez prefeitos da região acabou não sendo recebida pelo governador e deverá aguardar um outro "governo itinerante" para tentar novamente a sorte.
É, caros e caras, é dura a vida de quem mora tão distante da "capitar".
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