2 de setembro de 2011

Com o "governo itinerante" é assim: todo "caboco" sai mais "sabido"

Olhem bem. Confesso que fiquei muito incomodado com diversos comportamentos que direi "estranhos" durante o "governo itinerante" de Jatene em Marabá. Não é o momento de comentar isso. Guardo os comentários para um post mais longo que provavelmente, como alguns já estão acostumados, será servido na madrugada. Mas, tem algumas coisas que atingem um tal nível bajulatório que fica difícil evitar comentar de imediato.
Um leitor do blog me alertou para matéria publicada na "Agência Pará de Notícias", órgão informativo oficial do Governo do Estado do Pará, dando conta da realização da instalação pública "Planta Cultura" na orla de Marabá (caso queira, leia aqui).
Vejam o que vai no último parágrafo:
"O artista plástico, professor e pós-graduado em crítica da arte, Walney Oliveira de Souza, afirma que aprendeu novos conhecimentos sobre Arte Pública e impressão serigráfica. “Ninguém sabia usa uma tela de maneira adequada, revelar com o tempo adequado, aprendemos técnicas e manutenção da impressão serigráfica”." (sic).
Não conheço o autor da frase. Nem mesmo sei se apenas lhe foram atribuídas essas aspas. Talvez tenha sido apenas uma declaração infeliz, usada fora do contexto. Mas, considero assustador que os "sinhozinhos" precisem se abalar lá de Belém para vir ensinar aos nativos de Marabá e região como manipular uma das mais antigas formas de impressão que se tem notícia.
Qual arcano mistério poderia se esconder nas telas de "silk screen" que apenas os iluminados instrutores do "Curro Velho" pudessem revelar aos seus acólitos marabaenses?
Com uma "googlada" levei 0,12 segundos para encontrar 2.930.000 resultados para "impressão serigráfica". Será que em nenhum deles haverei de encontrar conhecimentos profundos e cabalísticos do tipo "qual o tempo adequado para revelação da tela" ou "como USAR uma tela"? Duvido.
Será por isso que vejo tão poucas camisas do Estado do Carajás em Marabá?
Caríssimos, as amarras culturais são as mais difíceis de serem rompidas. O uso de certas palavras acabam servindo para revelar como é duro romper a hegemonia cultural mais influente. Expressões como essas fazem a alegria daqueles que em Nazaré e Batista Campos, lá na distante Belém, se referem à Marabá e região sob a forma genérica de "interior", usando a conotação preponderante no século XVII, segundo a qual a região era habitada por "tapuios", "mamelucos", "posseiros", "negros fujões" e "mandriões".
Lembrem-se: a luta por Carajás não é apenas política, mas também cultural.

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