27 de dezembro de 2011

João Salame renúncia ao cargo de Vice-Líder do Governo Jatene na Alepa

João Salame não é mais Vice-Líder do governo na Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa).
Em ofício ao governador Simão Jatene, datado de 22 de dezembro, o deputado marabaense formalizou a renúncia ao cargo, colocando ainda à disposição de Jatene as indicações que fez para cargos estaduais.
A decisão em afastar-se da vice-liderança do governo, claro, tem relação direta com a atuação do parlamentar na defesa de Carajás e Tapajós.
Depois de confrontar a elite belenense (da qual o governador é exemplo melhor acabado), com análises ácidas que mostram a real situação de penúria do Governo do Pará, Salame realmente não poderia seguir defendendo Jatene sem parecer incoerente.
Em seu ofício, Salame afirma que não entregou o cargo durante a campanha do plebiscito nem imediatamente após para "não criar nenhum factóide que esgarçasse ainda mais" o relacionamento com Jatene.
Fez bem o deputado.
O maior compromisso que precisa ter e demonstrar é com a luta pela criação dos estados de Carajás e Tapajós.
A derrota do SIM apenas adiou o desfecho desta história. Mas, a postura dos líderes políticos e empresariais neste plebiscito (e logo após) ainda precisa ser melhor avaliada.
Salame, por seu empenho, tornou-se líder de um movimento que seguirá latente. Por sua atitude, ao devolver o cargo a Jatene, merece o respeito de todos nós.
Segue a íntegra do ofício de João Salame:

Senhor Governador,


A par de cumprimentá-lo, serve o presente para comunicar a Vossa Excelência minha renúncia à função de Vice-Líder do Governo na Assembleia Legislativo do Pará.
Os recentes acontecimentos políticos envolvendo o Plebiscito sobre a Divisão do Estado tornam insustentável continuar nessa função. Não lhe entreguei o cargo durante o plebiscito e no momento imediatamente posterior para não criar nenhum factóide que esgarçasse ainda mais nossas relações. Permanecer na função, no entanto, seria demonstrar apego demais por cargos, o que não coaduna com minha história de lutas em defesa de uma sociedade mais justa e da ética na política.
Nesta oportunidade quero deseja a Vossa Excelência e à sua família um Natal com muita paz e saúde e um Ano Novo repleto de realizações.
Atenciosanente,


JOÃO SALAME
Deputado Estadual

3 comentários:

  1. Caro blogueiro,
    Não percebi, pelo ofício do Ilustre Deputado, da sua intenção de não "ter apego ao cargo", se assim fosse, o nobre Deputado, devolveria também todos os cargos em que possui apaniguados nos diversos escalões do atual Governo: do Jatene. Não custa fazer um esforço de memoria e lembrar, que no Governo da Ana Julia, seus apaniguados permaneceram nos tais cargos até o final da Gestão Carepa; sendo que alguns desses, só mudaram de cargos ou Secretarias, continuaram lotados nas esferas do Governo, agora Jatene. "Se ai Gobierno, estoi dentro!" Não é João?

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  2. Meu Caro Anônimo, deixei claro no texto que João Salame entregou o cargo que ocupava e colocou à disposição as nomeações sugeridas por ele ao governador. Relendo a cópia do ofício percebo que, ao transcrever omiti um parágrafo no qual o deputado trata da questão. Para evitar retocar o post atual vou providenciar o ofício de Salame em outro formato de arquivo e republicá-lo.
    Mas, acredite, não teria qualquer relevo (e nem sentido, diga-se), uma renúncia "capenga".
    Por fim, obrigado pela atenção, seja sempre bem vindo e, da próxima, decline seu nome. É sempre bom saber o nome dos nossos interlocutores. De toda sorte, já o considero amigo.
    Um forte abraço

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  3. Meu caro anônimo. O Wilson já fez a retificação, mas quero esclarecer algumas coisas. Reafirmo o que disse: não tenho apego a cargos. Mas não faço política com demagogia. Ocupar cargos é parte natural de uma política de alianças, seja ela pontual ou estratégica. É a forma de se materializar a execução de políticas públicas. Não vejo problema alguma nisso quando há identidade de propósitos.
    No governo Ana Júlia estabeleci uma política clara de relacionamento, onde cumpri rigorosamente a minha parte. E, desde o início, comuniquei à governadora que não a apoiaria em sua reeleição. Ela precisava do meu apoio e eu precisava de apoio aos municípios que representava. Tanto que nunca houve cobrança entre nós. Até hoje nos respeitamos.
    Agora, não me sinto confortável em continuar como vice-líder do governo em função do que ocorreu durante o plebiscito. A decisão de renunciar a esse cargo pertence apenas a mim. E a tomei. Quanto às indicações que fiz ao governo não me pertencem e sim a quem foi nomeado e a quem nomeou. Por isso devolvi as indicações ao governador. Ele que tome a decisão que julgar mais conveniente.
    Você não conhece minha trajetória de vida. Na maioria dos governos sempre fui oposição. Inclusive apoiei o ex-presidente Lula em 3 oportunidades, quando fomos derrotados. Quando o governo Geraldo Veloso se instalou pela primeira vez em Marabá rompi no terceiro mês de administração. E permaneci na oposição durante todo o seu governo.
    Não tenho crise de consciência em participar de governos, como nunca tive medo de ser oposição. Como nunca tive medo de assumir minhas oposições e colocar meu nome em baixo. Conheça um pouco minha história e você saberá disso.
    Forte abraço

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