15 de janeiro de 2019

(des)Expulsão de deputado tucano aquece a luta pela presidência da Assembleia Legislativa. Entenda tudo aqui!



Quando fevereiro chegar encontrará o parlamento paraense em ebulição. No dia 1º de fevereiro, uma sexta-feira, será a eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Estado (Alepa) e poucas vezes se viu disputa mais acirrada.

O mais recente lance do intrincado jogo de interesses foi a expulsão do deputado estadual eleito Dr. Daniel Santos (na foto abaixo), de seu partido, o PSDB. Dr. Daniel - ao lado de Luth Rebelo - foram dois dos tucanos eleitos que apoiaram Helder Barbalho.

Daniel apresentou sua candidatura à Presidente da Alepa em um lance ousado. Segundo o site apurou, o acordo costurado com o governador Helder Barbalho previa que Dr. Daniel permanecesse por dois anos na Alepa. Ele sairia para concorrer à Prefeitura de Ananindeua e, caso vencesse a disputa pela segunda maior cidade do Estado, a partir de 2021, Alexandre Von assumiria uma vaga na Alepa.

A chapa esquentou a partir da reação do tucanato. Algum destrambelhado sugeriu - e o diretório municipal de Ananindeua aceitou - expulsar de forma sumária o tucano "vira-folha". Não foram seguidos os ritos legais e nem mesmo foi oferecida ao deputado a chance de defender-se. Pior que isso: ao ser expulso ilegalmente, Dr. Daniel permaneceria com seu mandato e poderia conseguir abrigo em qualquer outra legenda da base governista.

Percebendo a tremenda trapalhada, o Alto Comissariado Tucano decidiu se mexer. Nesta terça-feira (15), fez publicar a Resolução CEE/PA Nº 001/2019 (imagem abaixo), através da qual anula a expulsão de Dr. Daniel. Assinada por José Megale, a Resolução determina que o PSDB de Ananindeua remeta "toda e qualquer denúncias ou provas" que versem sobre infrações éticas cometidas pelo deputado.

Agora, Megale e o tucanato podem "cozinhar" Dr. Daniel em "banho-maria" e arrastar junto Luth Rebelo. Para isso, os tucanos do Diretório Estadual deverão seguir todos os ritos regimentais. Caso seja comprovada alguma violação estatutária por parte dos deputados, o PSDB  poderá até mesmo tomar os mandatos dos deputados envolvidos no imbróglio.

Apesar de contar com o apoio de Helder, que ainda não desistiu dessa obra de engenharia política, está claro que a pretensão de Dr. Daniel sofreu um tremendo baque.

Enquanto Isso, Na Base Aliada...


Mas, nem só de articulações tucanas vivem os animados bastidores da Alepa.

Ao se eleger, Helder passou a contar com 26 deputados em sua base e deverá ir a 27, com a adesão, ainda que informal, da deputada estadual Dilvandra Faro, obviamente ligada ao deputado federal Beto Faro. A oposição Demotucana, mesmo que conte com a psolista Marinor Brito e os petistas Dirceu ten Caten e Carlos Bordalo, só chegaria a 14 deputados estaduais. Servirão para demarcar posição.

Assim, como é praxe na Alepa, a bancada governista dará as cartas e aí a vontade de Helder passa a contar para escolher aquele que comandará o parlamento e seu Orçamento bilionário.

Pelo menos cinco parlamentares da base de Helder foram citados por fontes consultadas pelo site como possíveis candidatos governistas à presidência da Alepa.

Por ser de boa política, negam que estejam em campanha. Mas estão.

Os deputados Chicão, Eraldo Pimenta e Chamonzinho, do MDB, são tidos e havidos como amigos pessoais do governador. Chamonzinho (na foto ao lado), por exemplo, foi o coordenador da campanha de Helder em todo o Sul do Pará. Eraldo tem grande inserção na região da Transamazônica. Chicão é deputado reeleito e do círculo mais próximo de Helder.

Por outro lado, é bom não perder de vista Renato Ogawa (PR). O deputado tem laços estreitos com o vice-governador Lúcio Vale e também tem sido citado como o nome do PR na disputa da presidência da Alepa.

Mas, poucos se acham mais merecedores do cargo que Martinho Carmona (na foto ao lado), também do MDB. Adepto do estilo "independente", Martinho, que já presidiu a Alepa, foi o que pior reagiu ao saber que a ponte estendida por Helder para retirar alguns tucanos do isolamento e tentar ganhar a prefeitura de Ananindeua em 2020, teria como preço dois anos de presidência da Alepa. Está irritadíssimo.

Até o dia 1º de fevereiro falta uma eternidade e está claro que o Palácio da Cabanagem, sede do parlamento regional, será pequeno para a luta de titãs que cercará a eleição da Mesa Diretora da Alepa. Alguns desses nomes sairão, talvez outros apareçam.

Portanto, façam suas apostas e aguardem os próximos lances desse jogo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário