28 de dezembro de 2018

Ao aceitar ser a titular da Secretaria de Cultura do Estado, Úrsula Vidal é criticada e pede desfiliação do PSOL



Faltando apenas quatro dias para a posse, o governador eleito Helder Barbalho (MDB), teve que lidar com uma crise deflagrada ao apontar e confirmar o nome da jornalista Úrsula Vidal para dirigir a Secretaria de Cultura do Pará.

Filiada ao PSOL, Úrsula Vidal nasceu em Recife (PE), mas está radicada há muitos anos no Pará. Depois de passar pelo PPS e REDE, Úrsula concorreu ao cargo de Senadora, tendo alcançado mais de 585 mil votos, grande parte deles na Região Metropolitana de Belém.

Desde o segundo turno, apoiou a candidatura de Helder Barbalho (MDB) e participou, ainda que indiretamente, da equipe de transição montada por Helder logo após sua vitória nas eleições de outubro passado.

Atualmente, Úrsula é apontada como provável candidata à prefeitura de Belém, em 2020. A passagem pela Secretaria de Cultura do Estado será um bom aprendizado para a jornalista. Em um dos cenários possíveis, Úrsula seria o nome a ser apoiado informalmente pelo governador Helder Barbalho para fazer frente a uma provável candidatura de Izabela Jatene, um dos nomes que os tucanos analisam para a disputa municipal.

O fim de ano parecia ser, portanto de paz e tranquilidade para Úrsula não fosse a reação da direção do PSOL, presidido no Pará por Fernando Carneiro e que tem Edmilson Rodrigues como maior liderança.

Os psolistas não ficaram nada satisfeitos quando souberam que Helder teria convidado e que Úrsula aceitou dirigir a Secult.

Em nota oficial publicada no início da tarde desta sexta-feira (28), o PSOL deixa claro que pretende fazer oposição ao governo de Helder e que veta "a participação neste governo de quaisquer de seus filiados ou filiadas".

A nota do PSOL informa ainda que hoje a direção partidária recebeu a carta de desfiliação de Úrsula e que agradece a "contribuição que a companheira deu à construção partidária".

Nas redes sociais, os usuários se dividem. 

Os detratores dizem que Úrsula teria "cedido à tentação" do poder, que ela pretende usar a Secult como trampolim para disputar a prefeitura de Belém e não admitem a participação, de alguém que se diz de esquerda, em um governo comandado pela família Barbalho. 

Os apoiadores dizem que Úrsula será um sopro de vitalidade na combalida área cultural do Estado e falam no compromisso e engajamento dela com o meio cultural paraense. Os que defendem sua indicação afirmam que Úrsula, após quase três décadas de atuação no jornalismo e na militância política, está preparada para a tarefa.

Leia a seguir a íntegra da nota publicada no perfil do PSOL do Pará nas redes sociais:

NOTA OFICIAL DO PSOL/PA

O PSOL Pará recebeu com surpresa e lamenta profundamente a anunciada decisão de Úrsula Vidal assumir um cargo no secretariado do governador eleito Helder Barbalho.
Tal posição tomada em caráter pessoal contraria a deliberação partidária, aprovada ainda durante o 2o turno, que afirma o PSOL como oposição política às duas forças que disputaram aquele pleito.
Neste sentido, considerando um grave erro político o ingresso de Ursula no governo estadual, o PSOL reafirma que seremos oposição de esquerda a esta gestão do MDB, em estreita relação com os movimentos sociais, vetando a participação neste governo de quaisquer de seus filiados ou filiadas.
Finalmente, a Executiva do PSOL Pará informa que, nesta data, recebemos o pedido de desfiliação de Úrsula Vidal, momento em agradecemos a contribuição que a companheira deu à construção partidária, reiterando o compromisso de nosso partido com a defesa dos direitos do povo paraense.


Belém (PA), 28 de dezembro de 2018

Executiva Estadual do PSOL/PA

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