30 de setembro de 2015

Sai Janine, entra Mercadante; sai Mercadante, entra Jacques Wagner; e Helder sai, mas fica! Ou como Dilma entrega os colares para preservar o pescoço.

Mercadante - Desafeto de Lula, deixa a Casa Civil e vai para a Educação
Na tarde desta quarta-feira Renato Janine, o atual e inexpressivo ministro da Educação, foi comunicado por Dilma que deverá deixar a pasta. Em seu lugar assume Aloizio Mercadante, que deixa a Casa Civil, para onde deverá ir o bonachão Jacques Wagner, aquele ministro da Defesa que de Defesa nada entende e que parece estar sempre à procura de um copo de uísque.

Wagner - O bom baiano deixa a Defesa e vai para Casa Civil
Essas são algumas das mexidas que Dilma precisa fazer para garantir uma sobrevida no cargo. Terá que fazer outras. Por exemplo, precisa extinguir a Secretaria da Pesca, mas não pode deixar na chuva Helder, o filho do senador Jader Barbalho (PA), um dos caciques do PMDB e porque, afinal de contas, é com os senadores organizados por Renan Calheiros que Dilma conta para barrar o Impeachment. Assim, o Ministério dos Portos (que mesmo usando-se a lógica canhestra de Dilma, deveria ser absorvido pelo Ministério dos Transportes), será mantido para ser o destino do Sobrancelhudinho. Além dos Portos, outros seis ministérios irão para a conta do PMDB.

E tudo precisa ser resolvido até amanhã. É isso ou não haverá qualquer garantia que qualquer projeto de interesse do Planalto seja votado ou que os vetos da chamada "pauta-bomba" sejam derrubados, pela mais volátil (e voraz) base aliada que este país já viu se formar.

Dilma desfia as franjas da mortalha do poder e, seguindo a orientação de Lula, entrega anéis e colares para não perder os dedos e não ter decepado seu pescoço.

Helder - da Pesca aos Portos
Mercadante na Educação significa algo de bom?

Parece claro que não.

Desafeto de Lula, Mercadante é conhecido por uma certa arrogância, um certo pedantismo "acadêmico" e é dado a ter ideias brilhantes. Foi dele, por exemplo, a ideia de mandar o mais esquisito dos Orçamentos prevendo um déficit de R$ 30 bilhões (que na verdade, era de R$ 65 bilhões)! Um gênio, sem dúvida.

Será Mercadante a conduzir o ENEM, aquele exame que tem PhD em vazamentos; vai receber um ministério com 10 bilhões de reais a menos em seu orçamento e terá que negociar (de mãos vazias) com professores universitários em greve há quase cinco meses.

Falar em metas para Educação em um cenário desses é piada de péssimo gosto.

O FIES já faz água desde o início deste ano, com 40% a menos de matrículas e a coisa tende a piorar no próximo semestre; além disso, o próprio MEC divulgou um estudo mostrando que o PRONATEC, considerado um instrumento valioso na qualificação de mão-de-obra, não agrega valor algum aos seus alunos na recolocação no mercado de trabalho. Universalização do ensino infantil? Currículos nacionais? Interiorização das universidades federais? Investimento em pesquisa e extensão? Esqueçam! Não há competência, muito menos recurso, para isso.

O slogan "Brasil: Pátria Educadora", é isso mesmo: apenas um slogan e o Ministério da Educação é apenas uma peça na engenharia símia que Dilma utiliza para se manter no poder.

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