O sempre atento Ítalo Ipojucan, um dos mais influentes líderes empresarias do Pará, informou através de seu perfil no Facebook, ontem, que foi liberada pelo Ibama, a Licença de Instalação n° 895/2012 referente à obra de expansão da Estrada de Ferro Carajás (EFC), da mineradora Vale. Ao todo, a EFC será duplicada ao longo de 786 km. Foi liberada também pelo órgão ambiental, a Autorização de Supressão Vegetal n° 721/2012 que autoriza a intervenção para retirada das árvores ao longo de toda a extensão da obra. A duplicação da EFC faz parte do Programa Capacitação Logística Norte (CLN), que inclui ainda a ampliação de Ponta da Madeira. Com os investimentos, a capacidade de transporte da ferrovia passará das atuais 130 milhões de toneladas/ano para 230 milhões de toneladas anuais até 2016.
Ítalo frisa que "diante de tão poucas notícias positivas, esta certamente garantirá obras e muito movimento pelos próximos 4 anos em nossa região. Vamos acompanhar para ver se conseguimos nos habilitar de fato nesse processo."
Sem dúvida que a intervenção da Vale em sua ferrovia, totalizando mais de US$ 4 bilhões em investimentos, representa notícia mais que animadora para a combalida economia do Pará e, em especial, para Marabá.
A Vale controla mais de 10 mil quilômetros de ferrovias no Brasil e quatro terminais portuários, além do Porto de Tubarão (ES). A Estrada de Ferro Carajás (EFC), com seus mais de 800 km, é apontada como uma das mais eficientes do mundo e por onde trafega o maior trem do planeta, com seus 340 vagões. Ela liga Carajás (PA), maior reserva de minério de ferro da empresa, ao terminal de Ponta da Madeira, de uso privativo da Vale, em São Luís (MA). É este colosso que será duplicado, com óbvios impactos sócio-ambientais e econômicos para a região.
Mas, não há certeza de que as empresas de Marabá e principalmente os trabalhadores poderão garantir participação significativa nestas obras. Nos últimos anos, o poder público - tanto estadual quanto municipal - em Marabá foi incapaz de ser parceiro efetivo da iniciativa privada em pelo menos duas vertentes estratégicas para o desenvolvimento: logística e qualificação de mão-de-obra.
A cidade - e com ela sua enorme área de influência - ficou à deriva, abandonada pelo governo do Estado sob o comando do tucano Simão Jatene e pela incompetente gestão de Maurino Magalhães.
Marabá manteve-se viva e em crescimento graças à classe empresarial e às ações de lideranças como Ítalo que tomaram para si a missão - em tese dos poderes públicos - de divulgar o potencial da cidade e atrair empresas e investimentos para a região. Agora mesmo, Ítalo lembra que nos últimos dias fez três palestras sobre Marabá para grandes investidores ávidos por conhecer e participar do esforço pelo crescimento da cidade.
A partir do mês de março, esta é a expectativa de Ítalo, o processo legal estará concluso e as obras no trecho paraense serão aceleradas. Até o final de dezembro Ítalo estará sozinho. Não pode contar com a prefeitura dirigida em voo cego por Maurino e não pode esperar senão omissão e descaso por parte de Simão Jatene.
Mas, a partir de janeiro, a expectativa é que a classe empresarial de Marabá e região conte com duas parcerias muito mais efetivas. Pelo que disse durante a campanha eleitoral e vem reafirmando depois dela, João Salame pretende recuperar o protagonismo da Prefeitura de Marabá nas discussões estratégicas sobre desenvolvimento e crescimento econômico. Por outro lado, a posse de João significará a aceleração de investimentos federais na cidade, um tanto travados diante da incompetência de Maurino e da omissão de Jatene.
Talvez o ingresso de João neste jogo seja tardio para garantir a participação mais efetiva de trabalhadores e empresários nesta obra, mas, virá à tempo para preparar a cidade para obras tão grandes e importantes quanto esta duplicação. A construção do porto público e a implantação da Alpa/Aline e do Polo Metal Mecânico em Marabá são eventos grandiosos a exigir de todos esforço concentrado para não perdermos as oportunidades que estão a passar diante de nós.
Marabá perdeu tempo demais. A esperança reside em que, após a tempestade, janeiro de 2013 inaugure um tempo de desenvolvimento e parcerias eficientes entre trabalhadores, empresários, a prefeitura de Marabá e o Governo Federal. O governo do Pará, como se sabe, deverá brilhar pela omissão. Como sempre.
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