O ministro Joaquim Barbosa, relator da Ação Penal (AP) 470, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), conhecida como Mensalão, iniciou na tarde de hoje (16) a leitura de seu voto e logo de cara condenou o deputado João Paulo Cunha (PT), o publicitário Marcos Valério e de mais dois réus.
Barbosa, na primeira parte do voto que começou a proferir na sessão desta quinta-feira, no plenário do Supremo Tribunal Federal, concluiu pela condenação dos réus João Paulo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados, por corrupção passiva, e dos réus Marcos Valério, Ramon Hollerbach e Cristiano de Mello Paz — sócios da empresa de publicidade SMP&B — por corrupção ativa.
Durante uma hora e meia — até intervalo pedido pelo próprio relator — Barbosa apresentou uma série de provas constantes dos autos no sentido de que o esquema do mensalão começou, na verdade, em 2003, com as relações estabelecidas entre o ex-parlamentar e os publicitários, que conseguiram contratos com a Câmara dos Deputados em troca de pagamento de vantagens financeiras, a começar por R$ 50 mil recebidos em setembro daquele ano para favorecer a SMP&B,
Acrescentou que, além disso, ficou comprovado nos autos que dos R$ 10 milhões auferidos pelo grupo empresarial durante a gestão de João Paulo Cunha na Câmara, apenas R$ 17.091 foram efetivamente gastos em serviços prestados pela agência de publicidade. Esta acusação deverá ser detalhada mais adiante, quando o ministro-relator tratar do crime de peculato, em face do qual respondem os mesmos réus.
A leitura do voto de Joaquim Barbosa prosseguirá na próxima segunda-feira (20).
Nenhum comentário:
Postar um comentário