As informações foram reveladas nesta manhã durante o depoimento do policial federal Fábio Alvarez Shor, na Justiça Federal em Goiânia. Shor é a primeira testemunha de acusação no processo penal decorrente da Monte Carlo, no qual serão julgados Carlinhos Cachoeira e outros sete réus.Segundo Shor, o agente Tapajós fez diversas diligências na operação, acompanhando encontros de integrantes do grupo na casa de Regina Sônia de Melo, ex-servidora da Prefeitura de Luziânia (GO). “Havia constantemente encontros na casa da servidora, e ele fazia diligências para constatar. Ele chegou a ser abordado por policiais militares e teve que usar coberturas para não ser identificado e realizar o trabalho”, afirmou Shor.
Shor, que atuou desde o início da operação, relatou a estrutura da organização de exploração de jogos ilegais que atuava no entorno de Brasília, tendo Carlinhos Cachoeira como líder e Lenine Araújo de Souza como contador. O policial também deu detalhes sobre o esquema de vazamento de informações e proteção ao grupo feita por policiais civis, militares e federais.
Questionado pelo Ministério Público Federal se havia o pagamento de um “mensalão” a policiais em troca de apoio, Shor respondeu que sim. “Havia um pagamento mensal a diversos policiais civis e militares, e quem efetuava geralmente era o Dadá [o sargento aposentado da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo]”, afirmou. De acordo com ele, outros pagamentos foram buscados no escritório de Lenine e na casa de Sônia Regina, ex-servidora da prefeitura de Luziânia, em Goiás.
O policial enumerou diversos episódios em que buscas da polícia foram frustradas por causa do vazamento de informações por policiais.
Shor também disse que Cachoeira aparece em diversos áudios orientando integrantes do grupo sobre como cobrar valores e as somas exatas. Quem ficava inadimplente tinha a casa fechada. “A cobrança era incisiva, com ligações pressionando o pagamento”, afirmou o policial.
Nenhum comentário:
Postar um comentário