14 de junho de 2012

Suspeito de matar jornalista no MA confessa mais de 20 homicídios

O homem suspeito de ter matado o jornalista Décio Sá,  no dia 23 de abril deste ano no Maranhão, diz ter cometido mais de 20 assassinatos. A polícia diz que o atirador, Jonathan Silva, confessou crimes “sob encomenda”. A morte de Sá teria sido encomendada por R$ 100 mil.
Fábio Aurélio do Lago estava dormindo quando a polícia invadiu a casa dele, num bairro de classe média em São Luís, no Maranhão. Ele e mais seis pessoas foram presas suspeitas de praticar agiotagem e de fazer negociatas junto a prefeituras do Maranhão, Pará e Piauí.
O grupo é suspeito de formar um consórcio para matar Décio Sá dois meses atrás porque o jornalista vinha denunciando a quadrilha.
Segundo a polícia, Jonathan de Sousa e Silva confessou que matou Décio Sá com uma arma fornecida pelo capitão da PM Fábio Aurélio Saraiva, que também foi preso nesta quarta.
Leia Atualização abaixo:

Em entrevista realizada nesta quinta-feira (14), o secretário de Segurança Pública do Maranhão, Aluísio Mendes falou sobre o trabalho da polícia na elucidação do caso do assassinato do jornalista Décio Sá. Nos depoimentos preliminares que foram tomados, os suspeitos confessaram que contrataram Jonathan Sousa Silva para executar o jornalista Décio Sá.
Aluísio afirmou que a polícia prendeu Jonathan Sousa Silva, no dia 5 de junho por tráfico de drogas, mas que a investigação já sabia que ele era o autor do crime.
"O grau de pseudo-proteção dessa quadrilha era tão grande que eles contrataram um assassino frio, e não pagaram o valor total que foi combinado para que ele matasse Décio. Isso fez com que ele voltasse para São Luís, para cobrar esses mandantes. Ele foi preso um dia antes de matar o Bolinha, a prisão salvou o Bolinha. Queremos saber agora quem vendia essa proteção a essa quadrilha", afirmou Aluísio.
"Quando nós o prendemos já sabíamos que ele era o assassino. Mas as investigações estavam em sigilo e não podíamos espantar os outros envolvidos. Inclusive, o retrato falado foi feito e nesse período nós já sabíamos como ele era, quem era o Jonathan. Quando ele foi preso ele foi confrontado com diversas provas e não teve como negar participação no caso. Ele acreditou na polícia e confessou toda a história", esclareceu.
O secretário falou, ainda, que ninguém foi recompensado com os R$ 100 mil oferecidos pelo Disque-Denúncia. " A elucidação do caso se deu, em sua maior parte, pela investigação da polícia. Essa quantia foi oferecida para estimular o número de denúncias, mas a elucidação do caso é resultado da investigação da polícia", finalizou.
De acordo com o secretário Aluísio Mendes, uma espécie de 'consórcio' acabou sendo formado pelos suspeitos para executar o jornalista na noite de 23 de abril, em um bar da Avenida Litorânea. Na manhã dessa quarta-feira (13), a polícia do Maranhão deflagrou a Operação "Detonando", que já efetuou sete prisões.
O jornalista Décio Sá foi assassinado no dia 23 de abril, com cinco tiros, em um bar da Avenida Litorânea, em São Luís. No mesmo dia do crime, as investigações foram iniciadas e uma recompensa de R$ 100 mil foi oferecida pelo Disque-Denúncia por pistas que levassem ao executor de Sá.
Logo no início das investigações, agentes descobriram o pente da arma usada pelo assassino, que o deixou cair durante a fuga e testemunhas começaram a ser inquiridas para prestar esclarecimentos sobre o fato.
Contudo, três depoimentos de testemunhas vazaram na internet e, com isso, a polícia decretou sigilo absoluto para não atrapalhar as investigações.
Quase 40 dias após o crime, a polícia divulgou o retrato falado do suspeito de assassinar o jornalista Décio Sá. Com a veiculação da imagem, o Disque-Denúncia, em 24 horas, recebeu 60 ligações que indicariam o paradeiro do executor.
Um dos suspeitos de participar do assassinato do jornalista, Valdênio José da Silva, chegou a ser preso, mas por falta de provas consistentes, acabou sendo libertado. Na última segunda-feira (12), Valdênio foi assassinado dentro de casa, na Vila Talita, em Raposa (Região Metropolitana de São Luís), também com cinco tiros. Após 51 dias do crime, a polícia elucidou o caso e já prendeu sete apontados de participação no assassinato.

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