No G1, hoje (8): A festa do Nosso Senhor Bom Jesus em Doverlândia (GO), que teria dez dias de duração, foi adiada por causa da chacina ocorrida em uma fazenda da cidade, no dia 28 de abril, quando sete pessoas foram degoladas. De acordo com o calendário da Igreja Católica na cidade, a festividade ocorreria de 27 de abril a 6 de maio. A chacina aconteceu na segunda noite do festejo religioso, que foi interrompido e não tem data para ser retomado.
De acordo com informações da igreja, o município tem dois padroeiros: Nosso Senhor Bom Jesus e São Miguel Arcanjo, que dá nome à paróquia do município. Apesar da importância do evento para a igreja, o padre Antônio Trapattoni argumenta que o momento é de oração pelas famílias das vítimas. “Não é um momento de festa. É um momento de rezar, isso sim, porque o Nosso Senhor Bom Jesus pode iluminar o coração das pessoas”, acredita o pároco.
A família do fazendeiro assassinado é tradicional na cidade e o filho dele, que tinha 22 anos e também morreu na tragédia, estava com a cerimônia do casamento religioso marcada para o sábado (12) na igreja matriz de Doverlândia.
A brutalidade dos assassinatos impressionou a população de 7.892 habitantes do município. O produtor rural Senilson Rezende comenta que a cidade está no noticiário nacional. “Em toda reportagem, todo telejornal que tem a gente vê Doverlândia, infelizmente, sendo falada devido a esse triste acontecimento, que teve no nosso município”, afirma.Para o pintor Rodrigo Ramos, a perda de um amigo foi um choque. A comerciante Gleuciene dos Santos diz que o casamento já estava todo preparado e pago. “É muito triste”, lamenta.
Sargento da Polícia Militar em Doverlândia, Divino Celso Teles destaca que o crime chocou a todos. “Não só a população como também a equipe policial que esteve presente no local da chacina”, observa.
Até esta terça-feira (8) quatro suspeitos estão presos. Entre eles, Aparecido Souza Alves, de 22 anos, que confessou a participação nos crimes. Outras pessoas foram ouvidas e liberadas. O possível envolvimento de pessoas conhecidas na cidade intriga os moradores. “É muito ruim para a cidade, para o povo. Está todo mundo sentido e muito abatido”, diz o comerciante Leon Barcelos.
Três delegados estão responsáveis pelas investigações, mas até agora a polícia não conseguiu esclarecer a motivação do crime. Os moradores da cidade esperam uma solução para o caso. Para eles, essa é a única forma de superar a tragédia e ter a tranquilidade de volta. “Tem que esperar para ver o resultado final e a gente saber [o que aconteceu e o motivo]. Por que fica muito triste uma história dessas. Isso não poderia acontecer”, pondera o produtor rural Eurípedes Souza.
Nesta terça-feira (8), a Polícia Civil vai continuar a reconstituição dos crimes, em Doverlândia. Até então, apenas dois dos sete assassinatos foram reproduzidos. A expectativa é de que o trabalho seja concluído ainda nesta semana.
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