23 de abril de 2012

Trabalhadores em greve bloqueiam entrada de Belo Monte e paralisam obras


Trabalhadores em greve na usina de Belo Monte (Foto: Juca Varella/Folhapress)






Conforme o blog noticiou aqui, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada (Sintrapav), iniciou nesta segunda-feira, ainda de madrugada, uma greve por tempo indeterminado.
Segundo o sindicato, a paralisação alcançou a adesão de mais de 80% dos cerca de 7.000 funcionários da obra. Sem falar em percentual, o Consócio Construtor Belo Monte admitiu agora há pouco que as cinco frente de obras estão paralisadas. Ao longo do dia, o consórcio deve se pronunciar sobre o assunto.
A greve iniciada nesta segunda-feira deve prejudicar ainda mais o cronograma da obra. A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) já considera os trabalhos de Belo Monte atrasados. Algumas estruturas de apoio aos trabalhadores sequer foram montadas. A primeira turbina deve gerar energia em janeiro de 2015.O movimento já preocupa o governo federal, principalmente em razão dos desdobramentos que eventos desse tipo geraram na hidrelétrica de Jirau, em Rondônia. Em princípio, a mobilização parece ser pacífica.
Entre os trabalhadores, circulou durante toda a mobilização desta manhã um funcionário enviado pela Secretária Geral da Presidência, pasta ligada ao gabinete da Presidente Dilma Rousseff e comando pelo ministro Gilberto Carvalho.
São duas as principais reivindicações do movimento grevista. O sindicato quer a elevação do valor do vale-alimentação dos atuais R$ 95 para R$ 300 e a redução de seis para três meses o intervalo em que o operário migrante pode retornar à cidade de origem.
O Consórcio Construtor de Belo Monte aceitou elevar o valor do vale para R$ 110 e apenas ampliou de nove para 19 dias o tempo de afastamento, sem alterar os intervalos de 180 dias. Os dez dias adicionais devem, entretanto, contar como antecipação de férias. A proposta foi recusada.
O piquete foi montado no km 27 da Rodovia Transamazônica, na entrada da vicinal que dá acesso a algumas das principais frentes de obra, como os diques, os canais e a barragem do Sítio Pimental. O objetivo foi vetar a entrada de qualquer trabalhador das áreas operacionais.
Disputas sindicais em regiões de grandes obras de infraestrutura também trazem problemas em outras frentes, como as hidrelétricas do rio Madeira, Jirau e Santo Antônio.
No caso de Belo Monte, o interesse é maior. A obra de Belo Monte já mobiliza 7.000 trabalhadores. Até 2013, serão 21 mil operários. (Com informações da Folha.com)

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