Visitas às obras amiúdam, novos secretários foram e serão nomeados, obras que estavam paradas são retomadas.
Serão estas medidas capazes de fazer Maurino virar um jogo que muitos consideram perdido?
Confesso que este governo municipal e o futuro político de seu maior gestor continua sendo para mim uma grande incógnita.
Como é possível que um prefeito distribua mais de 17 mil títulos definitivos, na maior regularização fundiária do Pará e uma das maiores do País, e ainda assim seja tão malhado?
Maurino paga aos professores o Piso Nacional de Salários e distribui o saldo do Fundeb, coisa que o governador do Parazão, Simão Jatene, corre à Justiça para não fazer, e mesmo assim leva bordoadas a 3x4.
Marabá é considerada a segunda melhor gestão fiscal do Pará e uma das 50 melhores do Brasil pela influente Firjan, e com tudo isso pesquisas mostram que o governo segue pessimamente avaliado.
Maurino toca obras como a duplicação da Transamazônica, UPAs, um estádio moderno, pavimenta ruas e avenidas, mas a população não consegue citar duas obras realizadas pelo prefeito
Maurino toca obras como a duplicação da Transamazônica, UPAs, um estádio moderno, pavimenta ruas e avenidas, mas a população não consegue citar duas obras realizadas pelo prefeito
Maurino apoiou a criação do Estado do Carajás, mas ainda assim segue sendo açoitado.
Tomemos por comparação Wagner Fontes, de Redenção, um prefeito bem avaliado na região. Em seu portfólio, Fontes conta com pouco mais de 40 obras. Tem mais de 38% das intenções de votos e encaminha sua reeleição. Maurino, com mais de 200 obras relevantes na caderneta, aparece com esquálidos 6% e é dado como "morto" por certos círculos.
Em primeiro lugar, sua comunicação é deficiente.
Há quem diga que "se for para comunicar mal, é melhor não comunicar". Eu discordo. Qualquer comunicação, por pior que seja, é melhor que nenhuma comunicação!
Neste quesito, Maurino, que é evangélico, não consegue ser um evangelista de seu governo. Sequer placas de suas obras existem. O tempo de reação do governo diante de uma notícia negativa é imenso. Não há marca visível capaz de ligar Maurino ao governo do Maurino e este às obras em curso na cidade. Um espanto!
Incapaz de produzir "boas notícias", o governo de Maurino vive a eterna reatividade. É "pautado" pela agenda dos interesses partidários de seus adversários ou aliados. E assim chegamos ao que me parece ser o cerne da crise: Maurino, sem ser ele mesmo um gestor, tentou dar a seu governo um perfil "obreirista". Maurino, sendo ele mesmo um político, deixou de lado a política!
Ora, a toda evidência Maurino foi eleito com os votos majoritários dos mais pobres, em uma campanha de forte apelo emocional, além de contar com o apoio do influente setor evangélico da cidade. A estratégia baseou-se na "ligação direta", sem maiores intermediários, entre Maurino e seu público.
No governo, Maurino interrompeu esta ligação, passou a ser solenemente ignorado pela mídia local (exceto nos momentos de tecer as necessárias críticas), e agora tenta recuperar o "tempo perdido".
Proust construiu sua obra imortal sobre os conceitos de memória e arte. Na medida em que todos somos artistas, são as nossas experiências de vida que darão sentido (ou não) ao quadro que "pintamos" ou ao livro que "escrevemos" com nossas intervenções no curso da existência (própria e dos outros). A partir deste arremedo do conceito proustiano, podemos dizer que Maurino corre em busca do tempo perdido para não deixar que sua passagem pela prefeitura de Marabá seja uma "obra inacabada".
Contra o sucesso de Maurino militam inúmeras variantes. A única vantagem que possui a seu favor é que depende apenas de si mesmo e de suas ações para mudar o rumo desta história. Fará isso? Ou fazendo, será suficiente para reverter um quadro tão adverso? Não sei. Mas, ainda acho que, de toda sorte, Maurino deveria ler Proust.
Ora, a toda evidência Maurino foi eleito com os votos majoritários dos mais pobres, em uma campanha de forte apelo emocional, além de contar com o apoio do influente setor evangélico da cidade. A estratégia baseou-se na "ligação direta", sem maiores intermediários, entre Maurino e seu público.
No governo, Maurino interrompeu esta ligação, passou a ser solenemente ignorado pela mídia local (exceto nos momentos de tecer as necessárias críticas), e agora tenta recuperar o "tempo perdido".
Proust construiu sua obra imortal sobre os conceitos de memória e arte. Na medida em que todos somos artistas, são as nossas experiências de vida que darão sentido (ou não) ao quadro que "pintamos" ou ao livro que "escrevemos" com nossas intervenções no curso da existência (própria e dos outros). A partir deste arremedo do conceito proustiano, podemos dizer que Maurino corre em busca do tempo perdido para não deixar que sua passagem pela prefeitura de Marabá seja uma "obra inacabada".
Contra o sucesso de Maurino militam inúmeras variantes. A única vantagem que possui a seu favor é que depende apenas de si mesmo e de suas ações para mudar o rumo desta história. Fará isso? Ou fazendo, será suficiente para reverter um quadro tão adverso? Não sei. Mas, ainda acho que, de toda sorte, Maurino deveria ler Proust.
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