15 de março de 2012

Na luta pela "ALPA EM MARABÁ JÁ!", Identificar os alvos e construir a unidade é fundamental.

Como todos sabem, amanhã (16), a partir das 19h, a Câmara de Marabá será palco de um grande ato público que visa a mobilização da sociedade em torno da implantação do projeto siderúrgico ALPA/VALE em Marabá.
A mobilização conta com a liderança de pesos-pesados da política regional como o deputado estadual João Salame Neto, o deputado federal Asdrubal Bentes e o vereador marabaense Nagib Mutran, mas reúne também lideranças empresariais como Ítalo Ipojucan, Gilberto Leite e Reinaldo Zucatelli.
Com alguns deles tive a oportunidade de conversar recentemente sobre o assunto. E todos percebem que o momento decisivo para a história de Marabá e região aproxima-se.
A implantação da Alpa é apenas uma etapa para a transformação de Marabá em um polo industrial. Ocorre que exatamente por ser a primeira etapa, é a mais complexa.
A Vale vem garantindo e adiando a implantação deste empreendimento seguidamente.
Não tenho dúvidas que o projeto será instalado.
O que não está claro é se desta instalação decorrerá um ciclo virtuoso de crescimento econômico sustentável ou um ciclo vicioso de exploração predatória.
Para que o ciclo virtuoso comece é fundamental que a Alpa seja precedida pela complementação da Hidrovia Araguaia-Tocantins, modal de transporte capaz de viabilizar o transporte de insumos para a siderurgia e da produção marabaense para o resto do País.
Instalada a Alpa, o próximo passo é a implantação da Aline, laminadora de aços planos.
Marabá, que já conta com as guseiras, passará a produzir aços longos e planos.
Tendo a Hidrovia, Marabá será um dos poucos municípios do País, a ter em operação os quatro modais de transporte (aéreo, rodoviário, ferroviário e aquaviário).
A junção de matéria-prima e modais de transporte tornará a cidade endereço certo para o sonhado Polo Metal Mecânico, formado por indústrias de diferentes setores. Além disso, Marabá será inevitavelmente candidata a Zona de Processamento de Exportações (ZPE), um ganho extraordinário.
Ocorre que este cenário favorável e promissor corre o risco de ir pelos ares.
Tudo por conta da inércia dos Governos Federal e Estadual.

Na conta do Governo Federal está a retirada das obras de derrocamento do rio Tocantins, estimadas em R$ 360 milhões. Após construir as eclusas de Tucuruí ao custo de quase R$ 2 bilhões, Dilma reluta em complementar a obra. Corre o risco de transformar as eclusas no maior e mais caro mico de seu governo.
Há quem argumente ser necessária a participação da Vale no empreendimento. Discordo em parte. Obras estruturantes como a Hidrovia serão sempre atribuições dos poderes públicos. Quem deveria ser o parceiro de Dilma era o Governo do Estado do Pará. Este sim, deveria começar a pagar a dívida histórica que contratou com a Região de Carajás. A Hidrovia não trará benefícios significativos à Vale. A mineradora dispõe da Estrada de Ferro Carajás (EFC), como escoadouro de sua produção. A Hidrovia, por outro lado, significará a integração de todo o Meio-Norte com o Nordeste e o Centro-Oeste, transformando-se no maior corredor intermodal do País. Governos responsáveis sonham com oportunidades como essas. O Governo do Estado do Pará, entretanto, vira as costas para o empreendimento.
Por outro lado, quem em sã consciência se animará para investir milhões de dólares em um Estado que pune a atividade produtiva ao criar uma Taxa da Mineração, a toda evidência inconstitucional?
Ou, ainda, quem pretenderá empatar capital em um Estado que abandona suas rodovias por mais de 14 meses, deixando-as destruídas?
E não falemos em outros aspectos como segurança pública, serviços de saúde e educação para não alongar a lista de debilidades que devem ser sanadas pela intervenção do Governo do Estado Pará.
O Governo Federal deve ser pressionado, sim, e com toda a força que este movimento conseguir mobilizar. Mas, não podemos esquecer que o Governo do Estado tem um débito monumental com esta região.
Por fim, este movimento em favor da Alpa precisa além de fixar com precisão seus alvos, reivindicações e estratégias, ser capaz de mobilizar o homem comum. Todos os segmentos precisam ser alcançados pelas ideias deste movimento. Esta mobilização somente terá repercussão nacional quando estudantes, professores, trabalhadores e donas de de casa forem ganhos para ela. E para ganhar esses setores é preciso responder com precisão perguntas do tipo "o que eu ganho com isso?" ou "como esta Alpa mudará a minha vida?"
Não falta competência aos líderes deste movimento. São todos experientes e capazes de conduzir de forma vitoriosa esta mobilização. Entendo que a união de TODOS será fundamental para deixarmos de invisíveis frente à Dilma e Jatene. Tomara que o ato de amanhã seja o primeiro e decisivo passo rumo à vitória e que tenhamos a capacidade de atrair para este movimento, além da população de Marabá, todos os municípios da região de Carajás, beneficiários indiretos do desenvolvimento que nossa cidade pretende alcançar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário