Viajou hoje (28) com destino a Belém, Ítalo Ipojucan, presidente da Associação Comercial e Industrial de Marabá (Acim). Além de contatos empresariais, Ítalo deverá ser recebido pela cúpula do seu partido, o PMDB. Dirá aos caciques que há necessidade de intensificar as articulações visando estabelecer o partido no centro do debate político pré-eleitoral.
Um dos maiores partidos de Marabá, o PMDB tem servido, nos últimos pleitos, apenas como fiel da balança eleitoral. Ítalo e outros líderes acham que isso é pouco. Entendem que a legenda pode influir muito mais e até mesmo apresentar um nome para a cobiçada cadeira de prefeito municipal.
Não vejo nisso problema algum. Desde que seja fruto de uma ampla coalizão de forças progressistas e desenvolvimentistas, forjada a partir de um projeto negociado que contemple os diversos interesses e estabeleça os devidos espaços de poder a serem ocupados pelas forças políticas que a formarem.
Com todo o respeito à enorme força do PMDB de Ítalo, Asdrúbal e Nagib e à incrível capacidade militante do PT de Luis Carlos, entendo que a candidatura de João Salame, por conta do acúmulo de forças decorrentes de sua atuação à frente da luta por Carajás e de sua própria história, surge como aquela, neste momento, mais viável. Tem visibilidade, competência e capacidade de articulação suficientes para tornar-se um candidato extremamente competitivo.
Mas, é preciso ter em mente que uma candidatura alternativa baterá, de uma banda, contra a máquina municipal puxada por Maurino e, de outra, contra a máquina estadual posta à serviço de Tião Miranda, o candidato de Jatene. Assim, esta outra candidatura, que alguns chamam de "terceira via", não poderá ser fruto apenas da vontade de um ou dois partidos, por mais fortes que sejam. Nascerá como fruto do convencimento e do compromisso de todos os que querem algo diferente e melhor para Marabá. Ou não nascerá.
Desconfio que as eleições de Marabá é jogo no qual dois é pouco, três é bom, mas quatro é demais.
Caso Ítalo, João Salame e Luis Carlos não alcancem o consenso possível, correremos o risco de termos eleições polarizadas, com Maurino e Tião Miranda a disputar os votos que deveriam ir para uma candidatura de coalizão. Maurino receberia boa parte desses votos, vindos daqueles eleitores que preferem dar mais quatro anos ao atual prefeito, a dar prováveis oito anos a Tião.
Outro objetivo de Ítalo é prospectar a quantas anda a disposição do governo Jatene em investir na região.
No meio político de Marabá comenta-se que é nítida a falta de ânimo do Governo do Estado para investir na "província rebelde", por ser considerada epicentro do movimento pela criação de Carajás e, principalmente, por ser administrada por Maurino Magalhães, que não apoiou Jatene nas eleições de 2010.
Maurino disse dia desses que só tem "encontrado portas fechadas" quando pleiteia alguma coisa junto ao Governo do Estado. Afirmou ainda que apenas João Salame, entre os deputados estaduais, trouxe recursos para obras em Marabá.
Eu gostaria que Ítalo lembrasse aos tecnocratas estaduais que, com as recentes demonstrações do Governo Federal no sentido de começar a atender as reivindicações de Marabá, aumentará e muito a pressão sobre o capenga governo estadual e que o melhor a fazer é suspender o "embargo" à Marabá que vigora desde o início do governo Jatene e iniciar imediatamente a trabalhar, coisa que não fez desde janeiro de 2011.
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