21 de março de 2012

Delegados de Goiás ameaçam ir à greve por melhores salários

A greve dos professores estaduais de Goiás ainda não terminou e o governador tucano Marconi Perillo terá que haver-se com outro movimento paredista, desta vez um tanto mais perigoso. Os delegados de Goiás, reunidos pelo Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de Goiás (Sindepol), ameaçam paralisar suas atividades a partir da próxima segunda-feira (26).
A reivindicação é a de sempre. Os salários, segundo os delegados, estão há sete anos sem reajuste e a discrepância de remuneração em relação aos integrantes das outras carreiras jurídicas é gritante. Magistrados, promotores e procuradores de Justiça tem uma remuneração de, em média, R$ 18 mil, enquanto os delegados ganham R$ 8.748 mil em início de carreira, podendo chegar ao valor máximo de R$ 12 mil – que, atualmente, é o patamar de apenas 33 deles.

Por conta da falta de reajuste desde 2005, as perdas salariais alcançam mais de 44%. Com esses valores, a categoria tem o 18° salário no ranking brasileiro. De acordo com os cálculos do sindicato, o reajuste proposto geraria um impacto de apenas 0,95% na folha de pagamento estadual, incluindo servidores ativos e inativos.
Em paralisações anteriores, o grupo chegou a interromper as atividades completamente, mas dessa vez haverá um delegado responsável por cada uma das 14 centrais regionais de flagrante, a fim de auxiliar a população em casos de autos em flagrante. Além disso, 30% dos profissionais devem continuar trabalhando, conforme estabelece a Constituição Federal.
Esses dados foram amplamente discutidos e encaminhados ao governo do estado através de um projeto entregue em 22 de dezembro de 2011. Apesar de Marconi Perillo ter dado parecer favorável às reinvindicações e pedido providências à SSPJ (Secretaria de Segurança Pública e Justiça), nada foi feito até esta terça-feira (20), data proposta como prazo para que fosse apresentada uma solução.
Na última sexta-feira (16), a Sefaz informou que não haveriam desdobramentos para a solicitação da entidade, já que os delegados receberiam o reajuste de 10% oferecido aos servidores estaduais e o bônus por produtividade individual. Diante do comunicado, às vésperas da realização de uma assembleia da categoria, o Sindepol “não viu outra saída” a não ser definir pela greve. A expectativa, até lá, é de que o governo mude de ideia e evite a interrupção dos trabalhos.

Um comentário:

  1. Turma de vagabundos essa dos delegados. Uma greve deles é de se perguntar se alguém vai sentir alguma falta. Aqui na minha cidade, a delegada só aparece duas vezes por semana, trata com descaso as pessoas que vão na delegacia, além de ser de uma ineficiência assombrosa (uma das técnicas de "investigação" adotada por ela é prender as testemunhas, para, quando aparecer na cidade, ela as interrogar).

    Os delegados deveriam ser mais cautelosos e não apostar tanto na ignorância do povo. Com internet, o povo troca insatisfações e uma indignação contra os dilapidadores do dinheiro público começa a se manifestar. Em qualquer pesquisa que se faça sobre aceitação pública dos delegados os índices seriam muito desabonadores a eles. Um salário como o dos delegados em Goiás já é altíssimo, e eles querem se equiparar a procuradores? faça-me rir... Até quando eles acham que o estado aguenta e o povo engole tudo calado?

    Fato é que o atual governo parece ter rabo preso com esse povo, sabe-se lá por qual motivo...

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