19 de fevereiro de 2012

"Mofo branco" e chuvas reduzem previsão de safra de soja em Goiás. Preço do óleo pode disparar


Os agricultores da região de Silvânia (GO), a 120 km de Goiânia, estão preocupados com a doença do mofo branco nas lavouras de soja. Segundo o fazendeiro e presidente do sindicato rural do município, Vonaldo Morais, o período chuvoso impede que a doença seja combatida. “Devemos ter um prejuízo em torno de cinco sacas por hectare. Teremos um rombo expressivo nessa colheita”, lamenta.
Ele acredita que o prejuízo também deve ser repassado ao bolso do consumidor. “Se a produção é menor, consequentemente menos grãos serão processados para transformarem em o óleo de soja. Com isso, o custo do produto deve ficar bem mais alto neste ano e em 2013”, salienta. De acordo com o agrônomo Carlos Mayer, o mofo branco deixa as folhas esbranquiçadas e, por isso, causa queda na colheita. “Esse é um tipo de mofo que estrangula a planta, necrosa toda haste principal dela e não passar seiva. Por isso, a planta acaba morrendo e a proliferação do mofo se torna. Infelizmente muito a gente ainda não tem assim medidas de controle altamente efetivas como no caso da ferrugem”, explica o agrônomo.
Segundo ele, as fortes chuvas contribuíram para a doença proliferar nas lavouras da região de Silvânia. “Desde o final do ano passado os dias nublados e muita chuva favoreceram na proliferação do mofo nas plantações”, revela.
O agricultor Vonaldo Morais acredita intensificar a aplicação de produtos químicos pode prevenir o avanço do mofo branco. “Se tratando dessa doença, nós temos o intervalo de aplicação de dez dias, porém, o mais interessante é aplicar os produtos com nove dias de intervalo e não onze”, declara.
Chuvas - O cenário da soja em Goiás começa a preocupar. É que além da doença do mofo branco a safra de soja corre o risco de também ser afetada por causa das fortes chuvas ocorridas na região. De acordo com o agrônomo Renato Caetano, a alta umidade afetou a qualidade do grão nesta safra. “A soja estava preparada para uma produtividade mais alta, porém, isso não vai acontecer. Provavelmente, iremos colher a mesma quantidade de dois anos atrás”, afirma.
Segundo ele, caso o período chuvoso não tivesse sido tão intenso, a soja poderia ter sido negociada com um preço melhor. “Se não tivesse tanta umidade, o produto seria vendido com valores mais altos”, acredita o agrônomo.
Na fazenda do agricultor José Antônio Rietiens, onde cerca de 500 hectares do grão foram plantados, a expectativa é de colher até 56 sacas por hectare. No entanto, ele diz que esperava uma queda maior no preço. “A produtividade está se obtendo em torno de 3,5 mil kg por hectare e mantendo o preço médio de R$ 43 a saca”, calcula.

Nenhum comentário:

Postar um comentário