22 de janeiro de 2012

Juiz estadual não acata decisão da Justiça Federal e mantém reintegração em S.Paulo. Moradores resistem à desocupação



No G1, hoje (22):
Em meio à execução da reintegração de posse da área ocupada conhecida como Pinheirinho, em São José dos Campos, no Vale do Paraíba, interior de São Paulo, na manhã deste domingo (23), um juiz federal mandou suspender a operação, mas um juiz estadual ordenou que ela continuasse. No despejo, que começou no início desta manhã, um homem ficou ferido e carros foram queimados, entre eles uma unidade móvel da TV Vanguarda, afiliada da TV Globo no Vale do Paraíba.
Uma oficial de Justiça foi até a ocupação, por volta das 11h, entregar uma decisão do juiz federal de plantão Samuel de Castro Barbosa Melo, que suspende a ação. A ordem é direcionada aos comandos da Polícia Militar, da Polícia Civil e da Guarda Municipal. Segundo a oficial, quem recebeu o documento foi o juiz estadual Rodrigo Capez, que acompanha a reintegração. Ainda de acordo com a oficial de Justiça, Capez disse que há um "conflito de competências" e que não vai acatar a ordem da Justiça Federal. Ele manteve a desocupação do assentamento.
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Veículos foram queimados durante o despejo, entre eles uma Unidade Móvel de Jornalismo da TV Vanguarda, afiliada da Rede Globo. No fim da manhã, a Polícia Militar já tinha suspeitos de quem seriam os responsáveis pelo crime contra o carro da emissora.De acordo com a Prefeitura de São José, o homem foi baleado em confronto com a Guarda Civil no momento em que tentava invadir um ginásio poliesportivo no Campo dos Alemães. Às 10h50, ele tinha passado por cirurgia no Hospital Municipal e seu quadro era considerado estável. O centro é onde tendas foram montadas para que o moradores sejam encaminhados ao sair das casas.
Ainda de acordo com a Secretaria de Saúde, duas pessoas foram atendidas em estado de choque na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Campo dos Alemães. Elas estavam nervosas, mas não tinham nenhum ferimento e já tinham sido liberadas por volta das 9h30. Outra pessoa também foi atendida na UPA atingida por uma pedra. No entanto, não há confirmação se ela foi ferida no confronto do Pinheirinho.
O terreno de mais de 1 milhão de metros quadrados foi invadido há 8 anos e pertence à massa falida de uma empresa do especulador Naji Nahas. No local vivem cerca de 1.600 famílias, cerca de 5.500 pessoas, segundo o censo da Prefeitura. Com o tempo, o Pinheirinho se tornou um bairro, com comércios e igrejas.
A operação de desocupação da área do Pinheirinho teve início por volta das 6h deste domingo. A Polícia se reuniu em cidades vizinhas para cumprir a liminar que ordena a reintegração da área invadida. Segundo o comando da PM, 2 mil policiais participam da operação de despejo.
Os policiais cercaram a invasão, e o carro blindado da polícia entrou na frente seguido pela Tropa de Choque e pela equipe da Rota de São Paulo. Dois helicópteros Águia também estão sendo usados na operação.
Os moradores começaram a atear fogo nas barricadas que estavam localizadas em pontos estratégicos para impedir o avanço do policiamento. No momento existem três pontos de incêndio dentro do local, mas os bombeiros aguardam do lado de fora.
Os policiais cortaram as cercas da ocupação. A polícia utilizou bombas de efeito moral, e alguns moradores apresentaram resistência. Quatro pessoas foram presas por incitação à violência. A informação oficial da Polícia Militar é que a operação esta transcorrendo normalmente, apenas com o registro de um ferido.

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