5 de novembro de 2011

Veja já tem novo alvo: Carlos Lupi, do PDT, comanda no Trabalho, esquema de extorsão

A revista Veja, visto ter tido até agora grande sucesso na prática do famoso esporte nacional "Tiro à Ministro", já tem seu novo alvo.
Trata-se de Carlos Lupi (ao lado), ministro do Trabalho e líder do PDT, partido da "base aliada" que dá sustentação ao governo Dilma.
Entendo que, por vezes, Veja faz do "manchetismo", doença infantil do jornalismo, sua razão de ser.
Mas, vamos combinar que os ministros de Dilma fazem todo o esforço para aparecer nas páginas de Veja.
Vejam lá o que anda aprontando o Lupi.
Veja afirma que existe no Ministério do Trabalho um esquema de extorsão semelhante aos descobertos no Turismo e no Esporte. Segundo apurou a reportagem, assessores do ministro Carlos Lupi, todos ligados ao PDT (partido que ele preside), são acusados de cobrar propina para liberar pagamentos a ONGs suspeitas de irregularidades. A principal acusação partiu do Instituto Êpa, organização do Rio Grande do Norte, que chegou a pedir a intermediação do ministro da Previdência, Garibaldi Alves, para voltar a receber repasses para um programa de qualificação profissional.
Segundo a revista, desde o final do ano passado, o ministério do Trabalho suspende repasses de dinheiro para ONGs quando há sinais de irregularidades. No entanto, quando dirigentes das organizações buscam resolver essas pendências, ouvem de assessores do ministério que há dois caminhos possíveis: deixar o caso com a Controladoria-Geral da União (e correr o risco de ficar definitivamente sem os recursos) ou pagar propina. De acordo com a reportagem, a "planilha de extorsão do PDT" varia de 5% a 15% do valor do contrato.
Veja cita como participantes do esquema o deputado federal Weverton Rocha (PDT-MA), então assessor especial do ministro Lupi, Anderson Alexandre dos Santos, coordenador-geral de qualificação, e Marcelo Panella, demitido em agosto após ocupar a função de chefe de gabinete de Lupi por quatro anos. O deputado Rocha confirmou à revista que uma de suas funções era receber representantes de ONGs, mas negou a exigência de propina. "Essas acusações têm o objetivo de prejudicar o ministro", disse. Panella, outro dos acusados, disse à revista que jamais participou de qualquer prática ilegal e que só saiu do governo porque não se adaptou em Brasília e queria voltar para o Rio de Janeiro.
Aparentemente, não é bem assim. Panella é citado por diversos representantes de ONGs como o "homem do acerto" de Lupi, capaz de, tal qual Pai de Santo, "abrir os caminhos" de quem se dispuser a pagar o "por fora". A notícia não é nova. Veja apenas teve acesso agora às testemunhas dispostas a contar o que sabem.
De toda sorte Lupi deve tornar-se um "morto que anda" no Planalto. Parlamentares influentes no PDT, segundo o jornal O Globo de hoje, já articulam a saída de Lupi do ministério. Sem apoio da Força Sindical que não consegue emplacar seus líderes no Ministério e bombardeado pela CUT que perdeu espaço desde a nomeação de Lupi, o ministro tenta se manter no cargo e na presidência do PDT nomeando pessoas que tenham compromisso pessoal com ele e mantendo o PDT sem diretório eleito em diversos estados. A combinação de nomeações pessoais e diretórios provisórios vinha dando resultado e Lupi seguia comandando com mão de ferro o PDT. O desempenho sofrível de Lupi à frente do ministério e as denúncias de corrupção devem, contudo, corroer de vez a imagem do ministro e quase certamente decretar a demissão.
Como sempre, Dilma mudará tudo para nada mudar. Provavelmente demitirá Lupi em nome da moralidade e da "faxina" ética, para em seguida entregar a pasta ao mesmo partido e sob as mesmas condições.
Espera-se apenas que Lupi não dê tanto trabalho quanto o finado Orlando. Afinal, a fila precisa andar. Depois de Lupi, tem Negromonte, Gastão Vieira, Haddad...
Em algum momento haveremos de descobri se Dilma é mesmo muito rigorosa ou se escolheu formar uma quadrilha e não um ministério.

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